Saiba como ter uma longevidade saudável através dos conceitos da medicina antienvelhecimento.

 

O provérbio latim “Mens sana in corpore sano”, que significa em português “uma mente sã num corpo são”, pronunciado pelos gregos há mais de 3000 anos atrás ainda faz sentido, já que a mente e o corpo trabalhamem complementaridade. Porém, não é novidade que com o passar dos anos o corpo e a mente humana começam a apresentar modificações, a novidade atual é em relação aos estudos sobre longevidade saudável.

Quem não gostaria de viver até os 120, 150 anos e com saúde? Esta longevidade, segundo os médicos do programa Longevidade Saudável, será possível a partir de 2020. “O homem nasceu para viver com mais de 100 anos e até o final deste século a expectativa é de alcançar os 150 anos”, argumenta o cardiologista e pós-graduando em longevidade saudável, Edson Carlos Crema.

Para viver mais e com qualidade de vida é essencial ingerir alimentos saudáveis, combater o estresse, administrar bem o cotidiano, praticar atividades físicas, aliar a complementação nutricional, não fumar e não ingerir metais pesados, ou seja, os alimentos contaminados por agrotóxicos. “A uva escura ou o vinho tinto, com alto poder antioxidante, e o ômega-3 são alguns dos alimentos que contribuem para a antiidade”, afirma Crema. Por isso, as localidades – serra gaúcha, a qual consome bastante o vinho tinto, sul da Itália, norte da França e o Pólo Norte estão no ranking das pessoas que vivem mais.

O envelhecimento está relacionado diretamente com os hormônios. Segundo Crema, envelhecemos já no dia em que nascemos, mas biologicamente é por volta dos 28 anos que começamos a ter queda hormonal e a declinar nossa saúde. A partir desta idade problemas como pausa hormonal, hipófise – glândula situada no interior da caixa craniana que coordena o funcionamento das demais glândulas e produz hormônios essenciais para o crescimento, metabolismo e reprodução – tireóide, supra-renais, e declínio da função dos ovários e próstata começam a surgir.

A nova medicina trabalha com o envelhecimento interno, de dentro para fora, considerando o interior reflexo do exterior. “A medicina dentro dos conceitos de longevidade tem parâmetros diferentes em relação à medicina tradicional, como exemplo a glicose de 90mg/dL considerada normal na medicina tradicional está fora dos parâmetros da nova medicina, a qual traz como referência de60 a80 mg/dL, pois se o pâncreas produz mais insulina ele terá maior resistência à mesma”, explica o médico, especialista também em nutrologia.

Os principais fatores para o envelhecimento são o cigarro, álcool, vida sedentária, estresse e diabetes. “O processo inflamatório da arteriosclerose, que etimologicamente significa endurecimento da artéria, é a principal causa do envelhecimento do sistema circulatório arterial”, diz Crema.  Pelo fato das artérias estarem inflamadas, conforme o profissional, se faz necessário o uso de um dos maiores benefícios fornecidos pela natureza – o ômega-3, que associado ao resveratol (presente no vinho), junto com outras medidas, como a prática de exercícios físicos, desacelera o processo ateriosclerótico.

Outra dica do médico é em relação ao colesterol, conhecido sempre como o vilão da história, o qual nos estudos da medicina antienvelhecimento é considerado um dos principais produtores de hormônios. “Se o colesterol HDL (conhecido como bom colesterol) estiver baixo teremos maior risco às doenças cardiocirculatórias”, diz ele.

Como a natureza tem como base até os 30 anos para o homem desempenhar sua função – a reprodução – a partir deste período começa a ocorrer, entre outras alterações, a queda hormonal. Contudo, hoje já é produzido hormônios bioidênticos que, segundo o cardiologista, segue a mesma composição química do organismo humano e tem como finalidade retardar o relógio biológico. “O hormônio sintético tradicional pode ser comparado como a chave e a fechadura quando não ficam bem conectados e favorecem quimicamente mudanças celulares provocando câncer. Já os hormônios bioidênticos é uma das grandes conquistas da medicina, evitando o surgimento, por exemplo, do câncer de mama e da próstata”, declara Crema.

 

A partir de que idade pode ser ingerido os hormônios bioidênticos?

 

Em ambos os sexos, o hormônio bioidêntico pode ser prescrito para pessoas acima dos 28 anos. Mas, conforme Crema, no caso das mulheres elas procuram orientação médica por volta dos 50 anos quando começam a sentir os sintomas da menopausa, como calores anormais, depressão e aumento de peso, o que já é considerado um pouco tardio para o início da recomposição hormonal. No caso dos homens, a preocupação começa com o pronunciamento do abdômen e com a calvície (queda acentuada de cabelos). “A gordura abdominal é responsável por aumentar a pressão arterial, risco de diabetes, o bom colesterol começa a cair e o ruim (LDL) a aumentar ocasionando, assim, as doenças coronarianas”, revela o médico.

Outra incidência no público feminino é a artrose de coluna que são as alterações degenerativas relacionadas à idade e se manifestam como um processo patológico devido às modificações bioquímicas, anatômicas e biomecânicas do corpo. “Quando se tem artrose de coluna, o paciente já está com a coluna envelhecida e precocemente poderá estar apresentando uma doença grave que é a osteoporose, responsável por ocasionar fraturas no corpo”, alerta Crema. Segundo ele, as doenças que mais matam no mundo são placas de ateromas (gordura), arteriosclerose e o câncer.

 

A alimentação é uma fonte completa de nutrientes para o organismo?

 

“A frase ‘alimentos tem tudo’ não é verdade, se fosse assim não morreríamos cedo. È preciso fazer complementação com macro e micro nutrientes, como selênio, zinco, cobre, vitamina C, vitamina E, cromo, cálcio, potássio, magnésio”, acredita o nutrólogo. Estes minerais têm papel fundamental referente à imunidade, e, segundo o médico, quem tem boa imunidade vive mais porque será capaz de vencer as infecções e o câncer.

O ser humano é formado por milhões de reações químicas. “Com isso é preciso equilibrar os hormônios, nutrir os átomos e as moléculas, já que o todo depende das partes”, completa Crema. Para ele, o homem moderno tem que estar motivado e adaptado para a vida, pois a vida nunca se adaptará ao homem.

A modernidade é responsável pela evolução dos aparelhos médicos, novas técnicas em prol da saúde humana e informações mais acessíveis. Ao mesmo tempo, o mundo nunca foi tão populoso e o homem nunca esteve tão só. O cardiologista acredita que a depressão será uma das principais doenças que a medicina terá que cuidar dentro de 20 anos.

Crema finaliza com uma frase otimista e esperançosa: “A felicidade não está em você só ter, mas em ser. É preciso ter e ser no futuro, pois não haverá muito espaço para quem não for sábio e a sabedoria sem dúvida é a porta de entrada para encontrar a felicidade. Todo o ser humano pretende ser feliz, é preciso ser longevo e ser feliz”.

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