Você sabe diferenciar quando está com dor de cabeça ou enxaqueca?

 È difícil encontrar alguém que nunca teve um episódio de cefaléia, mais conhecida como dor de cabeça, principalmente se o público entrevistado for o feminino. Segundo o primeiro levantamento epidemiológico da incidência de dor de cabeça no Brasil, realizado por sete instituições, a enxaqueca é uma doença que atinge mais que o dobro as mulheres em relação aos homens. Enquanto 20% delas sofrem com a doença, 9,3% deles convivem com a dor. Contudo, os especialistas já esperavam que a incidência de enxaqueca fosse maior nas mulheres, pois o problema é sensível a variações hormonais e está relacionado ao estresse e estilo de vida.

As dores de cabeça, segundo o neurologista, Reinaldo Rocha Martins, é dividido, basicamente, em dois grandes grupos, as cefaléias primárias, que têm como exemplo principal a enxaqueca, e as cefaléias secundárias, quando a dor de cabeça é um sintoma relacionado a uma outra doença como uma sinusite, meningite, aneurisma cerebral, tumor cerebral, problemas ortodônticos, entre outras causas.

           A enxaqueca pode desencadear uma série de sintomas. “A enxaqueca é uma condição clínica configurada por vários graus de dores internas na cabeça, resultada da pressão exercida por vasos sanguíneos dilatados no tecido nervoso cerebral subjacente”, explica Reinaldo. Segundo ele, durante uma crise de enxaqueca, que pode durar entre 3 horas e 3 dias, o indivíduo pode apresentar náuseas, vômitos, aversão à claridade, ao barulho, aos cheiros, visão embaçada, irritabilidade, falta de concentração, tonturas, obstrução nasal, tensão nos músculos da nuca e dos ombros, e até diarréia. Para ser diagnosticado como enxaqueca, o paciente não precisa ter todos esses sintomas, mas, conforme o médico, alguns deles são tão comuns que chegam a ser quase obrigatórios para o diagnóstico, como as náuseas e/ou a aversão à claridade e barulho.

Como a dor pode ser em qualquer lugar da cabeça, a enxaqueca pode ser associada a outras doenças. “Dores na face, por exemplo, são frequentemente confundidas com sinusite, e às vezes tratadas erradamente, durante anos, sem bons resultados, é claro”, alerta o neurologista. De acordo com o médico, a dor também possui intensidade muito variável, podendo ser desde incapacitante até muito leve.

Várias são as causas conhecidas pela medicina para desencadear uma enxaqueca. “A soma de fatores genéticos, ambientais (cigarro, poluição, variação climática, odores de perfumes e produtos químicos), hormonais, reações alérgicas, comportamentais (alto grau de exigência, oscilação do humor, irritabilidade, ansiedade, depressão), sono (dormir muito ou pouco) compõem os aspectos mais importantes. Existem mitos como a enxaqueca ser causada por problemas do fígado, que não são cientificamente comprovados”, diz o profissional.

Mudanças simples no estilo de vida contribuem para o controle das crises de enxaqueca, e são extremamente benéficas para a sua saúde.

 

Dicas para prevenir-se das crises de enxaqueca:

  • Estabeleça hábitos regulares para as refeições e sono;
  • Faça algumas mudanças na dieta, diminuindo ou até mesmo eliminando certos alimentos que podem detonar a dor, como os que contêm o aminoácido tiramina (queijos e chocolates);
  • Evite a ingestão de bebidas fermentadas, como o vinho tinto;
  • Não se exponha demasiadamente ao sol e à claridade;
  • Não permaneça em locais recém-pintados ou onde estejam utilizando solventes químicos;
  • Comece uma dieta rica em magnésio (que se encontra em abundância em alimentos verdes frescos, frutos do mar e nozes) e em um aminoácido chamado triptofano (que pode ser encontrado em verduras frescas, no feijão e em cereais integrais).Diagnóstico

Conforme o médico, cerca de 15% dos casos, o quadro de dor é precedido por premonitória que envolve sintomas neurológicos. Para fazer o diagnóstico de enxaqueca há necessidade de uma combinação de achados, onde a enfermidade é caracterizada por episódios de cefaléia com3 a72 horas de duração e mais dois dos seguintes sintomas:

1. Dor unilateral; 2. dor de intensidade média ou forte; 3. latejamento; 4. piora com a movimentação, e um dos seguintes sintomas:

1. Náusea ou vômito; 2. fotofobia (sensibilidade à luz) ou fonofobia (desconforto provocado pelos sons).

“Embora o primeiro ataque possa acontecer até na velhice, a enfermidade costuma surgir na adolescência, principalmente entre os 18 aos 29 anos. A freqüência média dos ataques é de 1,5 por mês, mas pelo menos 10% dos pacientes apresentam ataques semanais. Esses dados permitem estimar que 5% dos brasileiros (9 milhões) passam 18 dias por ano com crises de enxaqueca”, revela Reinaldo.

DEIXE SEU COMENTÁRIO

Por favor deixe seu comentário!
Por favor informe seu nome