médica estende as mãos enquanto icones representando tecnologia e saúde saem dela. Objetivo é ilustrar texto sobre healthtechs

Healthtechs são startups voltadas à saúde que aliam práticas inovadoras com tecnologia. Conheça mais sobre essa que é a principal tendência deste mercado

Como um dueto que sempre que se junta produz boas músicas. É assim que podemos definir a parceria entre as áreas de saúde e tecnologia. Os avanços cada vez maiores que esses dois campos têm gerado são revertidos em aumento da qualidade de vida de pacientes e de desempenho das organizações do ramo, como clínicas e hospitais..

E boa parte desses frutos que são colhidos vem das healthtechs. Apesar do nome não muito comum, a intenção desses novos negócios é nobre. De acordo Filipe Boldo, CTO de uma dessas empresas, a Zaga, essas são startups de base tecnológica criadas com o intuito de solucionar desafios do setor da saúde. 

“Elas oferecem soluções inovadoras, principalmente para instituições de pequeno e médio porte. Um bom exemplo são as que disponibilizam tecnologias para a gestão de segmentos específicos dentro do ecossistema da saúde, como as áreas de suprimentos e compras”, explica. 

Nesse contexto levantado por Filipe, que inclusive é o qual ele atua, as diversas clínicas, laboratórios, hospitais, ou, até mesmo, pequenos negócios de saúde, usariam tecnologias para digitalizar os processos de compras e controle de estoque de uma maneira eficiente e ágil. “Isso não apenas otimiza as operações, tornando-as automatizadas, como elimina o desperdício e contribui para a redução de custos”, conclui.

Veja mais: Impactos da tecnologia para a gestão da saúde

Crescimento das healthtechs

O Brasil vem contando com cada vez mais healthtechs. De 160 empresas desse gênero em 2014, o país conta agora com 542, segundo um levantamento feito pela Distrito, uma empresa que monitora startups.

Apesar de ainda tímidos se comparados a nível global, os investimentos nesse setor somaram 430 milhões de dólares nos últimos 8 anos. São quase 10.000 pessoas empregadas nesses negócios. 

Felipe Boldo destaca que esse crescimento ocorreu principalmente no período da pandemia. Isso se reflete, por exemplo, no crescimento de 329% entre o valor movimentado por companhias desse segmento entre 2020 e 2021, conforme informações da BenCorp, mais uma organização que atua nessa área.

“Para os próximos anos, acompanharemos a ascensão do segmento de gestão hospitalar, que passará a impactar todas as áreas do negócio, digitalizando desde o atendimento e as consultas, até funções administrativas, por meio de soluções integradas”, aposta Felipe.

Healthtechs por aqui

A maior parte dessas empresas está instalada no Estado de São Paulo, sediando mais da metade de todas as que estão presentes no Brasil, de acordo com o Startup Scanner. O Paraná é apenas o sexto colocado do ranking.

Se o número de startups de saúde por aqui ainda é baixo, um fato pode ajudar a mudar essa realidade e tem muito a ver com Guarapuava. No município vem se desenhando um cenário propício para a instalação de novos negócios desse gênero. De acordo com o Diretor de Operações do Cilla Tech Park, o CTP, Paulino Lorenzo Filho, um dos objetivos que a organização tem é atrair healthtechs, tanto nacionais, quanto internacionais.

O parque tecnológico instalado em Guarapuava tem como principal atrativo seu envolvimento na criação e manutenção do Vale do Genoma. O projeto é uma parceria de diversas entidades públicas e privadas.

“Nós conseguimos trabalhar com pesquisa genômica. É uma coisa praticamente inédita na América Latina você ter um Parque Tecnológico que tenha essa tendência e capacidade. Temos isso por conta do Instituto de Pesquisa do Câncer, o IPEC, que apesar do nome, é um instituto de pesquisa genômica”, explica Lorenzo.

Vale do Genoma

O Vale do Genoma foi criado tendo como missão fomentar a convergência biodigital. Para isso, como explica o Diretor de Operações do CTP,  ele trabalha para ser um ecossistema que une quatro aspectos: saúde humana, saúde animal, alimentação saudável e meio ambiente.

“É lógico que a gente precisa e quer trazer o maior número possível de empresas startups de tecnologia de saúde, que é o que pretendemos fazer”, aponta. Com isso, a pretensão do parque tecnológico é atrair negócios que já estão estruturados. “Agora estamos trabalhando em um programa para atrair startups que já estão estruturadas, inclusive de outros países para cá”, completa Lorenzo

A expectativa é que esse ecossistema de genoma localizado em Guarapuava tenha uma abrangência maior. “Nosso parque, apesar de trabalhar com as tecnologias da informação e comunicação, tem esse diferencial do vale do genoma. Portanto, queremos trabalhar com as healthtechs. Precisamos atrair o maior número de empresas startups ligadas à saúde”, ressalta o membro da diretoria do CTP.  “Ela não precisa estar necessariamente ligada ao genoma, sendo da área da saúde ela vai encontrar ambiente aqui dentro do parque tecnológico e num espectro maior, no vale do genoma”, completa.

Veja mais: Tecnologia, conhecimento e gestão: conceitos para mudar a área da saúde!

Áreas de atuação das healthtechs

Além dos negócios voltados às atividades de gestão, como a da empresa em que Felipe trabalha, outras atividades relacionadas à saúde também são contempladas. Algumas empresas atuam em ramos bastantes comuns, como nutrição, psicologia ou odontologia por exemplo, mas a verdade é que esse campo pode se segmentar, abaixo você confere exemplos extraídos do mapa das healhtechs do Startup Scanner disso:

Análise Preditiva:

Soluções voltadas à analisar fatos e dados para predição de doenças e previsão de eventos.

Análise de DNA:

Voltadas tecnológicas para o mapeamento e sequenciamento de DNA para medicina de precisão.

Armazenamento e análise de imagens:

Foco em imagens clínicas, facilitando que sejam armazenadas, gerenciamento e compartilhamento dessas informações.

Autismo:

Empresas que trabalham tecnologias voltadas ao Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).

Bem-estar físico e mental:

Ferramentas de acompanhamento e desenvolvimento da saúde física e mental dos usuários.

Buscadores e agendamentos:

São apps ou sites voltados a encontrarem e agendarem serviços de saúde.

Capacitação, informação e educação:

O foco desses negócios é aumentar a disseminação de informações médicas.

Desenvolvimento de equipamentos:

São empresas da área de pesquisa e criação de produtos e dispositivos para o segmento médico.

Doenças crônicas:

Criação de soluções para o acompanhamento, controle ou novos tratamentos para pacientes com doenças crônicas.

Espaços:

Startups que promovem ambientes de coworking ou locação de espaços para profissionais de saúde.

Exames e diagnósticos:

desenvolvimento de plataformas voltadas para agendamento, análise e otimização de processos relacionados a exames.

Impressão 3D:

Negócios voltados a criação e impressão de modelos 3D para aplicações médicas.

Infraestrutura para telemedicina:

Soluções que viabilizam o acesso e oferta de consultas à distância.

Inteligência de dados:

Geração de inteligência de mercado a partir de dados com foco na área da medicina.

Marketing:

Empresas que trabalham voltado a experiência do cliente e do canal de comunicação com pacientes

Marketplace de medicamentos e equipamentos:

Plataformas de compra, busca e comparação de produtos relacionados à saúde.

Monitoramento homecare:

Soluções para controle e cuidado de pacientes em domicílio.

Planos e financiamento:

São voltadas ao paciente e a busca por planos, benefícios e assistência de saúde.

Prontuário, prescrição e triagem:

Negócios que buscam aprimorar e digitalizar processos típicos de clínicas e consultórios. 

Saúde da mulher:

Startups que focam no bem-estar feminino.

Segurança da informação:

oferta de tecnologias de proteção de dados e redução de fraudes para instituições de saúde.

Seniortechs:

empresas com foco em bem-estar, oferta de serviços e acompanhamento de saúde para idosos.

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