A professora Luciana Dalazen (CRMV-PR 08226) fala sobre os perigos de algumas plantas em casas com animais de estimação

Ao observar os jardins de casas com animais, é possível reparar que algumas plantinhas que parecem ser inofensivas, na verdade são extremamente tóxicas para os pets, cujo os tutores nem imaginam os perigos que seus animaizinhos estão correndo. 

“São muitas plantas ornamentais comuns em casas, apartamentos, quintais e até mesmo utilizadas para decorações de eventos, o que as coloca, muitas vezes, em contato direto com os animais de estimação”, comenta a professora de Ciências Veterinárias da Unicentro e especialista em Toxicologia Veterinária, Luciana Dalazen (CRMV-PR 08226). 

A especialista citou as plantas que foram comprovadamente responsáveis por alterações em cães e gatos, desencadeando sinais clínicos indesejáveis. Se você tem um animal de estimação, precisa evitar:

  • Azaleia (Rhododendron spp.), 
  • Jibóia ou Hera-do-diabo (Epipremnum pinnatum), 
  • Caládio, coração-de-jesus ou tinhorão (Caladium bicolor), 
  • Orelha-de-elefante, macabo, mangará, mangará-mirim, mangareto, mangarito, taioba, taiova, taiá ou yautia (Xanthosoma), 
  • Folha-da-fortuna ou kalanchoe (Kalanchoe blossfeldiana), 
  • Flor de Natal ou bico de papagaio (Euphorbia pulcherrima), 
  • Dedaleira (Digitalis purpúrea), 
  • Tento, olho-de-cabra, rosário tento ou jiquiriti (Abrus precatorius), 
  • Comigo-ninguém-pode (Dieffenbachia picta), 
  • Manacá-de-cheiro ou Beije-me rápido (Brunfelsia uniflora), 
  • Espirradeira, oleander ou adelfa (Nerium oleander), 
  • Coroa-de-Cristo ou bem-casados (Euphorbia milii), 
  • Espada-de-são-jorge ou Espada-de-ogum (Sansevieria trifasciata), 
  • Costela-de-adão (Monstera deliciosa),
  •  Lírio, lírio-asiático, lírio-japonês (Lilium)

Segundo Luciana, o maior perigo destas plantas está no fato dos animais as consumirem, o que é mais comum do que se imagina. “Isto pode ocorrer por um puro comportamento instintivo ou por vários outros motivos, como: atração pelo aroma, textura e sabor da planta, ou ainda por ansiedade, tédio desidratação, escassez de nutrientes na dieta fornecida ou até mesmo desconforto estomacal”, explica. 

Já os sintomas variam de acordo com a planta ingerida, quantidade e estado de saúde do animal. “O princípio ativo tóxico pode se encontrar nas folhas, frutos, flores, raízes e até no látex”. De toda forma, Luciana informa que os sinais iniciais mais comuns são: vômito, diarreia, dor abdominal, salivação excessiva, falta de apetite, fraqueza, dificuldade para respirar e convulsão.

“A azaléia, por exemplo, pode levar além dos sinais descritos acima, tremores e tontura (caracterizada por andar cambaleante). A jibóia pode levar à irritação da boca e inchaço dos lábios. A flor-de-Natal, possui uma seiva tóxica pelo contato com a pele ou ainda com os olhos, podendo levar à cegueira”, comenta a especialista.

 

Meu pet consumiu uma dessas plantas e agora?

A melhor forma de ajudar quando um animal ingere uma planta tóxica é levá-lo imediatamente para o atendimento veterinário, somente um profissional saberá quais medidas e medicamentos são seguros para cada caso. 

Se o consumo for visto pelo tutor, independente de o animal já estar apresentando algum sinal ou não, é mais prudente buscar ajuda com o médico-veterinário. “Quanto mais cedo for o atendimento, maiores serão as chances de cura e sobrevivência do cão ou gato. Portanto, para qualquer caso de intoxicação em pets, seja por plantas ou qualquer outro composto, é imprescindível não perder tempo tentando manobras, chás, medicamentos ou qualquer outro procedimento em casa”, orienta Luciana.

Uma medida que pode ser tomada pelo responsável do animal, é encontrar a planta em que há suspeita de contato ou ingestão. Uma dica é buscar galhos, flores ou folhas mastigadas no quintal e levar ao veterinário, pois assim será mais fácil identificar o princípio ativo responsável pela intoxicação e tratar de forma mais assertiva.

 

Plantas que você pode ter em casa

Há muitas plantas que são seguras e podem ser utilizadas na decoração de casas, apartamentos e quintais sem preocupações.  Mesmo assim, se ingeridas em grande quantidade podem causar problemas. Alguns exemplos de plantas seguras são: orquídeas, petúnia, rosa-de-sharon, peperômia, violeta, hera, maranta e zamioculca. É sempre importante pesquisar sobre a planta antes de os animais terem acesso a ela, e em caso de dúvidas, consulte um médico-veterinário.

 

Lembrete

As adubações orgânicas de vasos e jardins, conhecida como “torta de mamona” é extremamente tóxica para animais e o fato de estar quase sempre associada à farinha de ossos, é muito atraente, o que torna o produto muito perigoso! Então, além da planta, verifique se o adubo utilizado é seguro. 

 

Leia mais textos como esse na Mais Saúde

DEIXE SEU COMENTÁRIO

Por favor deixe seu comentário!
Por favor informe seu nome