Conscientização sobre Obesidade Infantil

A obesidade infantil pode gerar uma série de doenças e afetar negativamente a saúde

Um menino recebe um mamão nas mãos. Sua interlocutora pergunta qual o nome da fruta. “Abacate”, responde o pequeno, errando de maneira inocente o que parece trivial para muitos.

O erro se repete várias outras vezes. Uma garotinha chama um pimentão verde também de abacate. Outra menina troca o nome da berinjela por rabanete.

As cenas fazem parte do documentário Muito Além do Peso, de 2012, dirigido por Estela Renner. O filme está disponível no YouTube. A ideia do segmento é retratar o distanciamento que os membros da geração infanto-juvenil têm com os alimentos In Natura.

Esse cenário, em que os produtos industrializados e ultraprocessados têm mais apelo com as crianças vem se desenhando há décadas.

Os números da Obesidade Infantil

O resultado disso está nos números absurdos que temos hoje. De acordo com dados do Observatório Mundial da Obesidade (Global Obesity Observatory), quase 160 milhões das crianças mundo afora são obesas.

No Brasil, quase 10% da população infantil é obesa e cerca 30% está com sobrepeso.

As taxas também são altas considerando o cenário regional. Informações publicadas pela Secretaria de Saúde do Paraná, com dados obtidos no SISVAN, o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional, apontam que três em cada dez crianças de idade entre 5 a 9 anos atendidas nas Unidades de Saúde apresentaram excesso de peso.

Além disso, 15% deste grupo podem ser consideradas obesas. Levando em conta os indivíduos menores de 5 anos, mais de 13% precisam diminuir alguns quilos.

Esse é um problema que se espalha de maneira bastante preocupante em todos os aspectos da saúde.

Considerando ainda o que é relatado pelo Observatório Mundial da Obesidade, essa condição provoca diversas comorbidades, como diabetes, hipertensão, colesterol alto, problemas cardiovasculares e vários tipos de câncer.

O que pesa na balança da obesidade infantil?

Os hábitos alimentares ruins e a falta de atividade física estão entre as principais causas, mas não são os únicos. “A vida moderna, o aumento da violência, o crescimento da indústria dos alimentos ultraprocessados e o avanço das tecnologias são alguns fatores que contribuem para o agravamento dessa doença”, lembra a profissional de educação física Caroline Reda (CREF 27274-G/PR).

A nutricionista Jéssica Antunes Vitiato concorda (CRN8 11667). Para ela o sedentarismo, fatores genéticos e distúrbios psicossociais podem interferir no peso das crianças. Além disso, a família exerce grande influência. “Os pais são os maiores exemplos e formadores dos hábitos alimentares de seus filhos. Por isso, é fundamental que a família toda estabeleça uma rotina saudável de alimentação”, enfatiza a especialista em nutrição clínica.

Para enfrentar esse problema,  03 de junho passou a ser considerado o dia de conscientização sobre a obesidade mórbida infantil. Esse ano, além da publicação de uma matéria na edição impressa e um vídeo no Instagram, a Mais Saúde faz esse especial com três textos. O primeiro você confere hoje, amanhã e quinta-feira tem mais.