Pacientes costumam apresentar Sintomas neurológicos do Pós-COVID-19. Uso de games e exercícios cognitivos podem ajudar a atenuar problema.

A COVID-19 segue causando problemas, mesmo entre os curados. Além das milhões de perdas humanas e dos gigantescos prejuízos financeiros sofridos em virtude das medidas de contenção do vírus, médicos e especialistas ainda estão tentando entender exatamente quais as causas, gatilhos e tratamentos das sequelas Pós-COVID-19.

É comum que muitas pessoas que contraíram o vírus, antes e depois da aplicação das vacinas, apresentem esses sinais.

Entre os vários  desses problemas de saúde, um dos mais comuns é a perda de memória. Há uma série de estudos recentes mostrando que este é um problema mais comum do que muitos de nós acreditam.

Pesquisa de universidades paulistas explorou os sintomas neurológicos do Pós-COVID-19

Um estudo médico realizado neste ano pela Unicamp e USP investigou os efeitos da COVID-19 no cérebro dos infectados.

A investigação, que teve 80 participantes, revelou um cenário alarmante mas já conhecido por médicos. De acordo com os cientistas, estes indivíduos apresentaram uma atrofia numa área específica do cérebro responsável pela capacidade de atenção e pelo raciocínio.

A pesquisa revelou ainda que os infectados, mesmo com casos leves de COVID-19, tiveram queixas recorrentes de problemas como:

  • depressão;
  • ansiedade;
  • disfunções cognitivas como perda de memória.

O neurologista credenciado da Paraná Clínicas, Dr. Eduardo Savoldi (CRM 33.191 | RQE 25.506), conhece bem esta realidade.

Segundo o médico, os relatos de pacientes recuperados de COVID-19 sofrendo com sequelas neurológicas são comuns:

“Temos observado um crescimento grande de casos do tipo. Muitas pessoas que tinham sintomas neurológicos leves, toleráveis, sentiram o quadro se agravar depois de se recuperarem da COVID-19. Na minha prática clínica, venho observando que muitos pacientes que já tiveram a doença apresentam sintomas neurológicos”, afirma o médico.

Ainda de acordo com ele, os sintomas mais comuns relatados são:

  • fadiga;
  • dores de cabeça;
  • tontura;
  • dificuldade de concentração;
  • distúrbios do sono;
  • ansiedade;
  • depressão;
  • perda de memória.

Neste cenário, muitas pessoas que sofrem com os efeitos do Pós-COVID-19 têm buscado alternativas complementares ao uso de medicamentos, uma prática recomendada por especialistas.

Uma das ferramentas usadas para lidar com o problema e estimular a capacidade cognitiva afetada de pacientes são os bons e velhos jogos educativos/de tabuleiro.

O lúdico no combate de sintomas neurológicos do Pós-COVID-19

A gerente comercial da Gemini Jogos Criativos, da Beatriz Ortega Lyng, empresa especializada na produção de produtos lúdicos voltados ao estímulo cognitivo, conta que o número de clientes à procura de jogos que estimulam aspectos ligados a retenção de memória cresceu significativamente nos dois últimos anos:

“À medida em que a quantidade de casos de COVID-19 foi crescendo e as pessoas se recuperando, muita gente começou a nos procurar em busca de produtos que os ajudassem a lidar com sintomas relacionados a perda de memória. E, esse volume de clientes só tem aumentado. Quando começamos a observar pesquisas apontando a relação da doença com problemas neurológicos, não nos surpreendemos”, conta.

Musculação para o cérebro

Mas, de fato, os jogos podem ajudar pacientes com sintomas neurológicos do Pós-COVID-19 a melhorar suas capacidades cognitivas afetadas? Segundo especialistas, sim:

“Nosso cérebro reage aos estímulos da mesma forma que nossos músculos. Quanto mais o estimularmos, mais forte e menos suscetível a sequelas neurológicas ele será. Neste sentido, qualquer atividade que influencie a capacidade cognitiva é altamente recomendada, incluindo jogos. Neste caso, os mais indicados são aqueles que estimulam nossas memórias como caça-palavras, quiz de perguntas e respostas, além daqueles que estimulam o raciocínio lógico como quebra-cabeças e jogos de tabuleiro”, afirma Savoldi.

De acordo com Beatriz, o feedback dos consumidores de jogos do tipo tem sido excelente.

“As pessoas nos procuram meio desconfiadas dos efeitos práticos deste tipo de jogo, mas geralmente voltam para nos contar que eles de fato as ajudaram a melhorar em graus variados. É claro que nossos produtos não substituem um tratamento clínico adequado, mas temos colhido muitos relatos de clientes que evoluíram com o uso de nossos jogos”, conta.

Além do uso de games, especialistas também recomendam como alternativas complementares ao tratamento deste tipo de problema o desenvolvimento de novas habilidades psicomotoras como aprender a tocar um instrumento musical ou algum novo idioma.

Ainda de acordo com eles, a manutenção de bons hábitos de saúde como alimentação saudável e prática regular de atividade física contribuem para a melhora da capacidade cognitiva dos indivíduos, atenuando possíveis sintomas neurológicos do Pós-COVID-19.

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