Seu coração pede socorro!

Doença arterial coronariana apresenta sintomas que podem ser confundidos com os de doenças mais corriqueiras.

Dor no peito, sudorese, palidez, mal estar geral, cansaço, dor de estômago são sintomas que muitas pessoas costumam tratar por conta, indo ali na farmácia e comprando um remédio. Porém, estes sintomas podem estar sinalizando a presença da doença arterial coronária (DAC).

A DAC é caracterizada pela formação de placas de gordura, chamadas de ateromas, na parede de uma ou mais artérias coronárias, artérias responsáveis por irrigarem o coração. “As placas de ateroma (gordura) ao se desenvolverem obstruem o fluxo de sangue até o miocárdio e progressivamente podem causar doenças cardiovasculares graves, como a isquemia miocárdica e o infarto”, explica o cardiologista intervencionista, Stefan Wolanski Negrão.

Para diagnosticar a DAC, segundo o médico, é necessário realizar avaliação cardiológica anualmente a partir dos 35 anos, isto se a pessoa não apresentar nenhum sintoma que remeta a problemas cardiovasculares, orienta Wolanski.

Mas, se você acha que a doença coronariana atinge somente pessoas de mais idade, sinta-se enganado. A DAC está atingindo pessoas cada vez mais novas, em idade produtiva. Segundo o cardiologista, que já realizou cateterismo cardíaco em um paciente de 32 anos, isso acontece, entre outras causas, pelo estresse rotineiro e estilo de vida atual. Além disso, a hereditariedade, colesterol elevado, tabagismo, diabetes, obesidade, hipertensão arterial, sedentarismo, além de outros fatores associados, aumentam o risco de desenvolver a doença.

A prevalência da DAC é maior no público masculino, entretanto no público feminino é mais grave. “A artéria do público feminino é 30% mais afinada e, assim, fica reduzido o tamanho do calibre coronário”, alerta o médico. Para evitar as complicações mais graves, como infarto, isquemia miocárdica e trombose arterial, ao apresentar sintomas (citados acima) fora do normal, incluindo dor na mandíbula que também é um sintoma comum da doença, procurar atendimento médico imediatamente. “50% dos pacientes infartados não chegam ao hospital, e um dos principais motivos é por não associarem os sintomas como sendo da DAC”, afirma Wolanski.

Prevenção

A prevenção é a melhor maneira para evitar a DAC. “Até 80% dos casos podem ser evitados, com atitudes como parar de fumar, controlar a pressão arterial, praticar atividades físicas, alimentação adequada e realizar os exames preventivos para ter um diagnóstico precoce”, afirma o cardiologista intervencionista, Antônio Geraldo Pacheco Barbosa.

Tratamento

No Brasil aproximadamente 300 mil pessoas morrem ao ano por doenças cardiovasculares, segundo o Ministério da Saúde. Mesmo com esses dados, o Brasil é um país referência em tratamentos cardiovasculares.

A doença coronariana é progressiva e não tem cura, mas tem tratamento. Conforme os médicos, existem três tipos de tratamento: tratamento clínico, tratamento de angioplastia e tratamento cirúrgico.  O tratamento clínico consta na orientação profissional, mudanças de hábitos, tanto alimentares como físicos, e geralmente o uso de medicamentos; já o tratamento de angioplastia coronariana consiste na desobstrução da artéria através de um cateter que visa diminuir o risco de novas obstruções; e o tratamento cirúrgico é indicado para procedimentos como colocação de ponta de safena. No entanto, segundo os cardiologistas intervencionistas, o tratamento é individualizado de acordo com as manifestações e gravidade de cada paciente.

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