mulher sofrendo de tontura. Fisioterapia Vestibular ajuda a tratar tontura

Qual o potencial da Fisioterapia Vestibular para o tratamento da Covid?  A fisioterapeuta especialista em tratamento de tontura e Doutora em Distúrbios da Comunicação Humana, Roberta Weber Werle, fala sobre o tema neste artigo

No ano em que completamos 10 anos do reconhecimento da Reabilitação Vestibular como área de atuação do Fisioterapeuta (Resolução COFFITO 419 de 02.06.2012), muito se aprendeu sobre os distúrbios do equilíbrio. Além disso, muitos estudos estão sendo realizados para compreender a tontura relacionada a Covid-19.

Em 11 de março de 2020, a Covid‐19 foi caracterizada pela Organização Mundial da Saúde como uma doença pandêmica. Em poucas semanas, o vírus se espalhou para mais de 200 países.

No Brasil, a pandemia teve início em 26 de fevereiro de 2020. O fato se deu após a confirmação de que um homem de 61 anos de São Paulo que retornou da Itália testou positivo para o SARS‐CoV‐2.

A doença contém sintomas inespecíficos e sua apresentação varia de ausência de sintomas a aqueles mais graves, pneumonia e morte. Sinais e sintomas consistem em:

  • febre;
  • tosse seca;
  • fadiga;
  • expectoração;
  • falta de ar;
  • dor de garganta;
  • dor de cabeça;
  • tontura;
  • mialgia ou artralgia;
  • calafrios;
  • náuseas ou vômitos;
  • congestão nasal;
  • diarreia;
  • hemoptise e congestão conjuntival.

Sequelas da Covid-19 a longo prazo

A infecção por SARS-CoV-2 pode levar a uma ampla gama de complicações extrapulmonares, sensoriais e neurais, como disfunção olfativa e/ou gustativa, sintomas otológicos, sintomas inespecíficos e complicações neurológicas a longo prazo.

Ainda não se sabe se o vírus pode invadir as vias neurais envolvidas no equilíbrio, mas as observações iniciais implicam essa possibilidade. É notório que o isolamento imposto pela pandemia trouxe mudanças no estilo de vida com repercussão emocional, somatossensorial, metabólica, etc.

A falta do convívio social proporciona o surgimento ou agravamento da depressão e ansiedade com piora da qualidade de sono. Além de tudo isso, o confinamento em casa favorece o sedentarismo e erros alimentares.

Fica mais fácil acontecer o consumo abusivo de doces, álcool, tabaco e cafeína. Essa situação por si só pode causar vertigem ou outros tipos de tontura.

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A relação entre Covid e Fisioterapia Vestibular

Outro fato a ser levado em consideração são os efeitos vestibulotóxicos das medicações usadas no tratamento da infecção por Covid‐19 que permanecem desconhecidos.

Algumas hipóteses são usadas para explicar o dano durante uma infecção pelo SARS‐CoV2. A primeira delas sugere um comprometimento direto das estruturas da orelha interna e do nervo vestibular pelo vírus.

Outros mecanismos propostos têm sido relacionados à presença de quadro inflamatório persistente com produção de citocinas pró‐inflamatórias. Elas podem prejudicar as funções da orelha interna e desencadear uma resposta imune mediada pela presença do vírus.

A tontura pode se manifestar como uma crise vertiginosa aguda, com características periféricas. Alguns pacientes têm desenvolvido vertigem postural paroxística benigna (VPPB) durante a evolução do Covid‐19.

Possíveis explicações seriam:

  • Uma ação inflamatória direta sobre a mácula
  • Formação de microtrombos na circulação que ocasiona a degeneração e o desprendimento dos otólitos, que são pequenas estruturas presentes na região interna dos ouvidos.

Desta forma, o fisioterapeuta habilitado em Fisioterapia Vestibular tem habilidade para avaliar e tratar os distúrbios do equilíbrio corporal de origem vestibular de natureza periférica, central ou mista. Isso, visando a redução ou eliminação da tontura, recuperação funcional e reabilitação das desordens multissensoriais e musculoesqueléticas.

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