O transtorno do espectro autista dificulta atividades simples do cotidiano

 

O autismo pode ser identificado por sintomas que são muito característicos para os portadores do transtorno. Pode-se citar a dificuldade na linguagem, comunicação, interação social e comportamentos e interesses restritos e repetitivos. A neuropediatra Aline Besen Tomasi (RQE 24486), explica que as pessoas portadoras de autismo enfrentam uma gama de dificuldades em seu cotidiano. “Por exemplo, uma criança com autismo tem a fala em um nível abaixo do que é esperado para sua idade, brinca muito mais sozinha em comparação com as outras, tem dificuldades em mudar rotinas, em brincar de faz de conta. Porém, muitos desses sintomas também estão presentes em crianças sem o transtorno, por isso uma avaliação especializada é necessária”.

Mesmo com os avanços da medicina atual, o autismo ainda não possui cura. Entretanto, seu tratamento traz uma melhora importante do quadro. Ele é realizado com terapias com o psicólogo, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, intervenções em sala de aula e também mudança nas atividades em casa. O tratamento farmacológico está reservado para distúrbios associados ao autismo, como agressividade excessiva e dificuldade em dormir.

Atualmente, considera-se que o autismo tem como principal causador os fatores genéticos e influências ambientais. O fato de haver recorrência maior entre irmãos, e principalmente entre gêmeos, corrobora essa hipótese. Mesmo com inúmeros estudos na área, não foi encontrado nenhum gene específico para o autismo e outros fatores, como por exemplo, prematuridade, infecções e uso de medicações na gestação também podem causar o transtorno.

“O risco de um casal que já tem um filho com autismo ter uma segunda criança com o transtorno é aproximadamente 20%. O diagnóstico é clínico, multidisciplinar e realizado por meio da observação dos sintomas. São levados em consideração relatos de professores, pais, psicólogos, terapeutas, e observação em consulta médica. Classifica-se o paciente com autismo em graus leve, moderado e grave ou nível 1, 2 e 3 conforme a necessidade de suporte. Também são especificados se há ou não déficit cognitivo e se a criança é verbal (capaz de falar). Dentro do grau leve estão as crianças que apresentam a Síndrome de Asperger (nomenclatura antiga). Estes pacientes não apresentam déficit cognitivo nem atrasos graves na linguagem, mas têm dificuldades na interação social, no uso da linguagem não verbal (uso de gestos, forma de olhar) e têm interesses restritos (por exemplo, interessar-se excessivamente sobre tipos de trens)”, salienta Aline sobre algumas ramificações que são presentes na doença.

O diagnóstico precoce pode ser um facilitador para o convívio entre os pais e filhos com autismo. Quanto mais cedo é feito, melhores são os resultados obtidos e melhor é o desenvolvimento da criança. Além disso, ele tem a função de auxiliar os pais a compreenderem porque seu filho não está se desenvolvendo conforme o esperado. Em algumas ocasiões, os portadores de autismo possuem dificuldade em lidar com situações corriqueiras como cortar o cabelo ou ir a um aniversário e acabam por ser julgados como “mal-educados’’. Por isso, o diagnóstico serve como um aliado para os pais.

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