diagnóstico câncer de pulmão

Com a prevenção do câncer de pulmão, as taxas de sobrevivência dos pacientes aumentam consideravelmente

Uma conversa franca com seu público. Foi assim que Ana Maria Braga anunciou, em janeiro de 2020, que estava enfrentando mais uma vez um caso de câncer de pulmão.

Minutos antes de encerrar o programa, ela relembrou seu histórico com a doença. Ela também aproveitou para comentar que já estava em tratamento para combater o adenocarcinoma, tipo que a estava afetando desta vez.

Meses mais tarde, veio o alívio para seus admiradores, também pela televisão. “Sumiu tudo”, dizia em conversa com a colega Fátima Bernardes, no programa Encontro, após ter realizado um ciclo de quimioterapia e imunoterapia.

O prognóstico positivo se deve principalmente pelo fato de a doença ter sido descoberta de maneira precoce.

Segundo o INCA, o Instituto Nacional do Câncer, a taxa média de sobrevida relativa em cinco anos para câncer de pulmão é de 18% (15% para homens e 21% para mulheres). Já para os casos diagnosticados em fase inicial, a taxa aumenta para 56%. Porém, menos de 1 a cada 5 pessoas chegam a descobrir a doença precocemente.

Esse cenário transforma o câncer de pulmão em o que apresenta maior mortalidade em nosso país.  São mais de 24 mil mortes ao ano, de acordo com dados estimados pelo INCA. “Quando o assunto é câncer, a melhor recomendação é sempre a prevenção”, revela o médico oncologista Alexandre Dias França (CRM PR 24552).

Rastreamento é uma boa arma contra o câncer de pulmão

 A nível global, o câncer de pulmão também é o primeiro nas estatísticas. Além de ser, desde 1985, segundo o INCA, o tipo mais comum, já que cerca 13% de todos diagnósticos da doença no mundo se desenvolvem no pulmão, ele também é o mais mortífero.

De acordo com a OMS, em 2018, 1,76 milhões de pessoas morreram em dessa doença em todo planeta.

Pelo fato do diagnóstico precoce ser tão vital para os pacientes, constantemente são atualizados os protocolos de rastreamento envolvendo essa doença.

Consultar o médico constantemente e observar a necessidade de realizar os exames de rastreamento ajuda a melhorar o prognóstico da doença.

Um exemplo vem dos Estados Unidos, por lá, a Força Tarefa de Serviços Preventivos, ou USPSTF, divulgou sua versão atualizada. A recomendação é que adultos entre 50 e 80 anos, que sejam fumantes ou tenham fumado nos últimos 15 anos, realizem anualmente tomografia computadorizada de baixa dose.

O Dr. Alexandre explica que existe um estudo que acompanhou mais de 15 mil fumantes e ex-fumantes durante 10 anos. Entre os resultados obtidos, observou-se que essa realização anual do exame para esse grupo, reduziu em 25% a mortalidade no período. “É uma tática muito importante e altamente recomendada neste grupo de risco”, comenta o médico.

Rastreamento do câncer de pulmão no Brasil

Atualmente no Brasil, o rastreamento é feito por uma combinação de exame e acompanhamento. É importante que as pessoas que se encaixam no grupo com predisposição à doença prestem atenção a sua saúde e façam consultas regulares com os especialistas.

“Após um exame clínico detalhado, o médico terá condições de avaliar a existência dos fatores de risco naquele paciente específico. E, quando existentes,  iniciará uma investigação mais minuciosa. Nesse caso entram exames mais detalhados, como a tomografia de tórax de alta resolução, por exemplo”, explica.

O cigarro é o maior inimigo, mas não é único

O oncologista comenta que a exposição ao tabaco é o fator de risco mais conhecido relacionado ao câncer de pulmão.

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Cerca de 85% dos casos estão associados a esse vício. Entretanto, outros quesitos podem ser considerados determinantes para o indivíduo ficar de olho e realizar consultas preventivas.

Cigarro câncer de pulmão
85% dos casos de Câncer de Pulmão estão ligados ao vício em tabaco

Alguns exemplos de fatores de risco:

  • histórico familiar;
  • exposição à poluição;
  • inflamações crônicas pulmonares com fibrose pulmonar;
  • doença pulmonar obstrutiva crônica;
  • fatores genéticos;
  • dieta pobre em frutas e vegetais;
  • infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV);
  • reposição excessiva de vitamina A;
  • contato frequente com asbesto, hidrocarbonetos, sílica inalatória, radônio.

Quem já realizou o tratamento para a doença antes também precisa ficar de olho.

“Ter sido tratado para câncer de pulmão previamente e ter realizado radioterapia prévia no tórax para tratamento de alguns tipos de tumores hematológicos (Linfoma de Hodgkin, por exemplo), podem estar associados ao surgimento desse tumor”, complementa o especialista.

Histórico com a doença foi o caso da apresentadora Ana Maria Braga. Ela já enfrentou dois tumores de pulmão em 2015. Esse fato, inclusive, foi importante para que ela fizesse o exame cedo.

Em sua participação no programa Encontro, ela falou sobre prestar atenção nos sinais do corpo. Ela salientou ainda que se for preciso, deve-se adiantar exames de rotina. “Eu só ia fazer o meu retorno em março, mas senti no final do ano que alguma coisa estava acontecendo com o meu corpo. Não estava com aquela força vital”, confidenciou na oportunidade.

Recomendações para evitar o Câncer

O médico Oncologista Alexandre Dias França dá algumas dicas fundamentais para uma vida livre do câncer de pulmão.

“Quando o assunto é câncer, a melhor recomendação é sempre a prevenção. Parar de fumar e ajudar quem ainda tem o vício a cessar o tabagismo é muito importante. Ter uma dieta balanceada e rica em frutas e verduras também. Evite o sedentarismo. Pessoas que possuem trabalho com exposição a fatores de risco (excesso de pó, combustíveis voláteis, por exemplo), devem se proteger com equipamentos de proteção individual, como máscaras especiais para essas finalidades. Aqueles que possuem história familiar devem estar ainda mais atentos a esses fatores. Procure seu médico para identificar os riscos e decidir quando e como devem ser feitos os exames de rastreamento”.

 

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