A campanha de conscientização Novembro Vermelho, sobre o câncer bucal, passou a ser lei estadual

 

Em junho desse ano, a campanha “Novembro Vermelho” foi instituída como lei estadual (Lei 19868/2019). Essa campanha, que é dedicada à prevenção e ao combate do câncer bucal, tem um motivo muito especial e pessoal para sua idealizadora, a cirurgiã dentista Ana Paula Prestes Virmond Traiano (CRO-PR 15.196). “Há 2 anos, descobri que era portadora de um câncer. Como sempre fazia exames preventivos, consegui controlar o tumor em seu início, tratei a tempo e estou completamente curada”, relata.

Ana Paula conta que levou a proposta do projeto de lei que sugeria um mês dedicado a chamar atenção dos paranaenses para a prevenção do câncer bucal ao presidente da Assembleia Legislativa, Ademar Traiano, que também é seu sogro. “Ele decidiu não só apadrinhar a ideia, como a transformou no projeto de lei número 218/2019, do qual se tornou autor”.

Dentre os objetivos do Novembro Vermelho, estão:

  • Conscientização da população sobre a importância de prevenir e combater precocemente o câncer de boca, enfatizando sua gravidade, a necessidade de cuidados e o diagnóstico precoce;
  • Detecção precoce de lesões malignas em cavidade oral e lábios, encaminhando o paciente para um tratamento adequado;
  • Estabelecimento de diretrizes para o desenvolvimento de ações integradas, visando prevenir e combater o câncer de boca, envolvendo a população, órgãos públicos e empresas privadas.

 

O diagnóstico da doença é feito a partir de biópsia, ou seja, o exame de um fragmento de uma lesão suspeita. “Para que haja uma detecção precoce, é imprescindível estar atento ao surgimento de qualquer sinal de alerta. Diante de alguma lesão que não cicatrize em no máximo 15 dias, procure um profissional da saúde (dentista ou médico para a realização do exame completo da boca). Aproveite as consultas com o dentista para tirar dúvidas e relatar qualquer sintoma diferente”, orienta a cirurgiã dentista.

O câncer bucal geralmente apresenta alguns sinais, tais como, lesões na cavidade oral ou nos lábios, que podem apresentar sangramentos; manchas e placas vermelhas ou esbranquiçadas na língua, gengivas, palato ou bochechas; nódulos no pescoço e rouquidão persistente. 

 

Fatores de risco

São mais suscetíveis a desenvolver a doença, pessoas que:

  • São fumantes;
  • Foram expostas ao vírus HPV;
  • Usam próteses dentárias mal adaptadas;
  • Apresentam excesso de gordura corporal;
  • Consomem regularmente bebidas alcoólicas;
  • São expostas a óleo de corte, amianto, poeira de madeira, poeira de couro, poeira de cimento, de cereais, têxtil e couro, formaldeído, sílica, fuligem de carvão, solventes orgânicos e agrotóxicos;
  • Trabalham com agricultura e criação de animais, indústria têxtil, de couro, metalúrgica, borracha, construção civil, oficina mecânica, fundição, mineração de carvão, assim como profissionais cabeleireiros, carpinteiros, encanadores, instaladores de carpete, moldadores e modeladores de vidro, oleiros, açougueiros, barbeiros, mineiros, canteiros, pintores e mecânicos de automóveis.

 

Como tratar?

Segundo Ana Paula, o tratamento é cirúrgico na maioria das vezes, tanto para lesões menores como para tumores maiores. Normalmente, a cirurgia consiste na retirada da área afetada pelo tumor associada à remoção dos linfonodos do pescoço e algum tipo de reconstrução quando necessário. “Quando a cirurgia não for possível ou quando o médico avaliar que o tratamento cirúrgico traria sequelas funcionais complicadas para reabilitação e qualidade de vida do paciente, a radioterapia e quimioterapia são indicadas. Além disso, nos casos mais complexos, a radioterapia pode complementar o tratamento e obter melhor resultado curativo. Em todas as etapas do tratamento é importante o aspecto interdisciplinar (com a participação de vários profissionais de saúde) visando prevenir complicações e sequelas”, indica.

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