Esse não é apenas um problema emocional, muitas vezes, é reação de defesa natural do nosso organismo quando passamos por situações de perigo ou ameaça

Quem é que nunca esquentou a cabeça na vida que atire a primeira pedra! Como já sabemos, o estresse não é apenas um problema de cunho emocional, em várias situações ele é uma reação de defesa natural do organismo. De acordo com a médica dermatologista Renata F. Carrara Tavares (CRM 19692), nesse processo, ocorrem a liberação de mediadores químicos, como a adrenalina, que nos torna mais ágeis, melhora a nossa oxigenação e circulação sanguínea. Porém, quando o estresse é contínuo e crônico, pode causar muitos danos à saúde. “Além de aumentar o risco de doenças cardiovasculares, como a pressão alta, infarto, depressão, entre outras doenças, também pode prejudicar a pele, pois uma série de alterações endócrinas e imunológicas podem ocorrer e com elas vários problemas de pele acabarem por ser desencadeados ou agravados”, destaca. 

O cortisol, hormônio ligado ao estresse, quando em excesso, é capaz de afetar o sistema imunológico, estimular a formação de acne e a queda capilar. Além disso, outras substâncias que causam a inflamação e coceiras são liberadas na pele, agravando ou desencadeando doenças. “Dessa forma, neste período em que vivenciamos uma pandemia, nós dermatologistas, temos observado com muita frequência a relação entre estados de ansiedade e descontrole com o aumento de doenças cutâneas”, alerta a médica. Conheça as doenças de pele mais comuns que podem piorar por causa do estresse:

Dermatite Atopica:  processo inflamatório que causa lesões avermelhadas na pele que coçam muito e podem descamar, principalmente em áreas de dobras e flexuras. Pode estar relacionada a doenças como asma e rinite. Estresse e tensão emocional, além de frio intenso, ambientes muito secos, tecidos de lã, calor e transpiração são gatilhos das crises.

Psoríase: doença inflamatória crônica caracterizada por placas descamativas secas, que geralmente se formam nos cotovelos, joelhos e couro cabeludo. Em 30% dos casos, é provocada por fator genético. A psoríase é agravada principalmente por estresse, exposição ao frio e álcool.

Urticária: irritação cutânea onde aparecem manchas vermelhas quentes e pruriginosas pelo corpo que  podem estar associadas ou não ao inchaço de lábios e olhos. Pode ser aguda, quando dura menos do que 6 semanas ou crônica, quando permanece por um longo período, podendo durar meses ou anos. O estresse não é a causa principal da urticária, mas ele pode piorar os sintomas.

Vitiligo: redução ou falta de melanina (pigmento que dá cor à pele) em diversas regiões do corpo, onde surgem manchas brancas. O estresse é um fator comum em pacientes com vitiligo, podendo desencadear o início da doença caso a pessoa já tenha predisposição genética.

Alopecia areata:  doença que acomete os cabelos e áreas pilosas, sendo autoimune, onde seu próprio organismo produz  anticorpos que acabam agredindo seu folículo  capilar levando a queda total ou parcial dos cabelos e pelos. 

A acne pode ser um dos efeitos que o estresse causa na pele

Acne: em alguns casos, principalmente em indivíduos adultos, podem ser desencadeada por estresse. 

Para driblar o problema, é preciso identificar a causa do estresse. Se for possível se afastar dela, faça isso. Se não, é necessário buscar uma forma de lidar com a situação. “Medidas que ajudam a desestressar incluem dormir bem, fazer terapia, ter momentos de lazer, praticar atividade física (mas sem a cobrança por um desempenho profissional) e investir tempo em hobbies que não estejam ligados ao trabalho do dia a dia. Se mesmo assim não for suficiente, deve-se fazer tratamento psiquiátrico, ou psicológico, juntamente com o do médico dermatologista”, afirma Renata.

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