A pressão social para ser uma mãe perfeita e as exigências da maternidade sobrecarregam e afetam emocionalmente mulheres. Mas é preciso lembrar que cuidar de si é cuidar da sua família

Se já era difícil conciliar carreira, cuidados domésticos e atenção à família numa rotina normal, depois da pandemia, com as aulas e trabalhos remotos as coisas se agravaram. Além disso, é comum que mulheres sofram desgastes emocionais, muito em decorrência da sensação que precisam tomar conta de tudo durante as 24 horas do dia.

O home office e o ensino remoto apresentaram um novo desafio para as mães que acumulam jornadas

A maior parte desse problema vem de questões culturais e sociais. É o que explica a psicóloga Talita Abreu, CRP 08/15099. Desde que as mulheres passaram a sair de casa para trabalhar, seja por necessidade financeira, ou para realização pessoal, passaram a acumular essas novas funções com as que já possuíam no ambiente doméstico.

Nesse sentido, ela pondera que para que a balança deixe de pender sempre para o lado negativo, é necessário buscar a saúde mental. “Isso não é só procurar atendimento psicológico e terapia. É fazer também algo que faça bem para sua saúde. Academia, exercícios, pilates”, relata a especialista.

Uma atividade prazerosa pode fazer a diferença no bem-estar, afirma a psicóloga

Apesar disso algumas ser formado por fatores que não podem ser facilmente controlados, é importante conseguir um tempo para uma atividade, por mais simples que seja, e não se culpar por tirar esse momento de autocuidado. Talita explica que ajuda nesse ponto quando a mulher lembra que a criança não fica desamparada em casa quando ela faz algo que seja voltada ao seu bem-estar, há sempre um planejamento envolvido para que os filhos estejam assistidos.

Assim sendo, também é essencial não hesitar em pedir ajuda, seja para as pessoas da família, ou para uma prestadora de serviço, como babá, por exemplo, quando o orçamento doméstico permite.

A consciência que o bem-estar da mãe se reflete em toda a família é de suma importância. Isso é ainda mais relevante no contexto atual. A psicóloga explica que o público feminino é quem mais sofre de males como depressão e ansiedade. “E na pós-maternidade é maior ainda, chega a índices de 70%”, afirma.

Nesse sentido, a dica da escritora e jornalista norte-americana Melinda Blau, uma das autoras da série de livros “A Encantadora de Bebês”, pode ser posta em prática: as mães precisam encontrar o caminho do meio entre as suas necessidades e a dos filhos. “Se eu não estou bem, minha família também não estará bem”, afirmou ela em uma apresentação no Seminário Internacional Mãe Também é Gente, organizado em 2016, pela revista Pais&Filhos.

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