Aspectos financeiros e sociais podem impactar a saúde mental e gerar crises de insônia, ansiedade e depressão

 

Diz o ditado que dinheiro não é o problema e sim a solução. Mas quando ele falta, aí sim a situação complica e nada se soluciona. Só quem já se preocupou com as contas que não saem do vermelho sabe como problemas financeiros são emocionalmente desgastantes.

A ligação entre a qualidade de vida e aspectos financeiros é tão grande que chama atenção de quem trabalha com a saúde mental. E o quadro não parece ser dos mais animadores nesse quesito, já que de acordo com pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 78,9% das famílias brasileiras estão endividadas.

E os problemas podem se agravar no começo do ano. Já que o início do ano letivo demanda a compra de material escolar pelas famílias, além dos gastos com IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e o IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores), típicos do período.

O psiquiatra Michel Haddad (145096 SP- RQE 5113)  alerta que o estresse proveniente de problemas financeiros aumentam as chances do desenvolvimento de transtornos de ansiedade, depressão e insônia em indivíduos. O fato se deve porque a preocupação com essas questões estimula os mecanismos cerebrais de sobrevivência, aumentando o nível de tensão e mantendo corpo e mente constantemente em alerta.

 

Relações afetadas

O ambiente familiar, muito importante para o pleno funcionamento da saúde mental, também é afetado pelo rendimento financeiro. “Se as contas estão no vermelho, algo não vai bem”, acrescenta o médico. 

“Falar de dinheiro é um tabu porque geralmente desperta sentimentos negativos. Então, é necessário conversar e normalizar essa relação com as finanças. Durante o final do ano as pessoas se permitem gastar mais do que podem para presentear e agradar. Porém, ultrapassar os próprios limites financeiros e começar o ano no vermelho pode gerar um estresse intenso”, explica Michel. 

A busca por atendimento psicológico e psiquiátrico é importante nesses casos e deve ser priorizada. A rede pública de saúde conta com atendimento. Para isso, vá até a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de sua residência.  Além disso, a educação financeira e políticas públicas sociais são saídas que podem garantir o bem-estar físico e emocional dos cidadãos. 

 

Gastança e doenças mentais

Em algumas situações o endividamento pode ser reflexo de um problema que já vem se arrastando, como por exemplo:

  • Transtorno bipolar
  • Depressão 
  • Esquizofrenia, 

Paciente com esses quadros costumeiramente têm maior dificuldade para organizar aspectos ligados ao lado financeiro em suas vidas. Consequentemente podem ocorrer gastos em excesso e sem necessidade, do ponto de vista de uma educação financeira.

Além desses casos, pessoas com dificuldade com transtornos de ansiedade ou que usam substâncias psicoativas também podem ser mais afetadas. Isso acontece pela dificuldade de controlar impulsos, típico de pacientes com esses problemas, o que acaba deixando-os mais suscetíveis às adversidades financeiras.

 

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