Além de ser altamente viciante, o descongestionantes nasais excesso pode perfurar o septo nasal e causar arritmias cardiológicas

 

Muito provavelmente você já ouviu falar que descongestionantes nasais são viciantes. Ou até já conviveu com alguém que não consegue viver sem eles. Mas você já se perguntou o porquê disso acontecer? 

De acordo com o otorrinolaringologista, o Dr. Rodrigo Pereira (CRM- PR 28584/RQE 18967), os descongestionantes nasais ou tecnicamente conhecidos como “vasoconstritores tópicos nasais”, são uma classe de medicamentos cuja composição possui, entre outros, a nafazolina ou a oximetazolina em sua fórmula. “Essas drogas fazem com que os vasos sanguíneos internos do nariz reduzam seu calibre diminuindo o aporte de sangue para a região dando portanto um temporário alívio respiratório a quem usa”, explica.

Com isso, segundo Rodrigo, o uso excessivo e frequente de descongestionantes nasais pode ser muito mais que viciante e trazer:

  • Efeito rebote ao uso, em que o paciente tem que usar cada vez mais para obter o mesmo alívio que tinha no início;
  • Sangramentos nasais;
  • Piora dos sintomas alérgicos;
  • Vício como qualquer outra droga;
  • Mascaram problemas sérios nasais;
  • Perfuração do septo nasal;
  • Arritmias cardíacas.

 

Dessa maneira, a forma correta de utilizar os descongestionantes nasais é apenas  como medicamento de apoio e  por um curto período (por exemplo em situações de pós operatório de cirurgias nasais). E esse uso deve ser prescrito e supervisionado pelo otorrinolaringologista. 

 

Como reverter o vício?

São muitas pessoas que acabam viciando no medicamento pelo alívio e por perder o efeito a cada uso, instigando o consumo cada vez mais frequente. Assim, o Dr. Rodrigo afirma que uma vez já viciado o paciente deve imediatamente procurar ajuda do otorrino. “Para que seja realizado um diagnóstico do  seu problema e então feito um ‘desmame’ do medicamento, seja por diluição com soro fisiológico ou troca por outro medicamento mais apropriado para seu caso específico”. 

“Como médicos devemos sempre fazer antes de tudo  um diagnóstico do problema do paciente: há desvios do septo nasal? Existe uma hipertrofia exagerada dos cornetos nasais? Existe uma hipertrofia da adenóide? Há pólipos no nariz? Existe algum tumor nasal? Caso essas perguntas sejam respondidas com ‘sim’ o tratamento do paciente provavelmente será cirúrgico e não apenas com medicamentos nasais que podem mascarar os reais problemas”, comenta o médico. 

O otorrinolaringologista afirma que existem alternativas aos descongestionantes nasais para a mesma finalidade. “O uso de soro fisiológico nasal isolado em suas diversas concentrações (cloreto de sódio 0,9%/ 2%/ 3%) é  sempre bem vindo e auxiliam na hidratação do nariz podendo ser usados regularmente”. 

Segundo Rodrigo, os corticóides nasais (princípios ativos: budesonida, mometasona, fluticasona; triancinolona, entre outros) devem sempre ser prescritos pelo médico otorrinolaringologista por um período adequado para cada caso. “Portanto, não se deve usar o medicamento nasal do filho, esposa ou do amigo que ‘deu certo’ pois pode-se trazer mais problemas futuros para quem usa”, finaliza. 

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