benefícios da amizade

No dia do amigo, conversamos com Denize Savi, Especialista em Ciência da Felicidade, que nos contou sobre como ter uma amizade pode impactar a saúde

Quais os benefícios de uma amizade?

Denise: A Ciência da Felicidade é uma ciência nova, tem pouco mais de 20 anos. Ela surgiu no início dos anos 2000 com o intuito de decifrar a felicidade. E foi estudando o comportamento humano que se chegou a conclusões interessantes a cerca daquilo que, de fato, impacta no bem-estar e no contentamento das pessoas pela vida. Entre essas conclusões, uma chama bastante atenção. De acordo com uma pesquisa desenvolvida pela Universidade Harvard, uma vida feliz é uma vida compartilhada.

Esse estudo, originalmente chamado de Study of Adult Development, já dura mais de 80 anos e é considerado o maior estudo longitudinal da história. Ao analisar a trajetória de vida dessas pessoas os pesquisadores perceberam que as aqueles que tem mais ligações
sociais são mais saudáveis (fisicamente e psicologicamente), sentem mais contentamento pela vida, mais percepção de felicidade e vivem mais e melhor.

E as amizades têm um papel importantíssimo nesse cenário. Os amigos fazem parte do que a ciência chama de “Rede Social de Apoio”, que é o suporte que precisamos para atravessar momentos desafiadores da vida. Porque amigo de verdade é aquele que está ao nosso lado para o que der e vier. E é a partir da convivência, e de trocas afetivas, que construímos e consolidamos nossas redes sociais de apoio, seja na vida pessoal ou até mesmo na vida profissional. Ter com quem contar no ambiente de trabalho também é fundamental num mundo tão volátil como o nosso.

Como possuir amizades podem impactar nossa saúde?

Denise: Além do imprescindível benefício do apoio nas horas difíceis, as amizades têm inúmeras vantagens em todas as fases da vida. Na infância, as amizades ajudam as crianças a se socializarem, a desenvolverem habilidades sócio emocionais como empatia, responsabilidade e criatividade, a criança aprende a compartilhar, a se comunicar melhor e, com isso, vai ganhando autonomia. Na adolescência, as amizades ajudam a construir a identidade do indivíduo.

E na vida adulta é um dos componentes mais importantes da felicidade. Amizade gera afetividade, e o afeto libera ocitocina que é considerado um dos hormônios de bem-estar. Uma simples conversa descontraída com um amigo ou um abraço já são suficientes para ter essa sensação prazerosa no corpo. Sem contar que o acolhimento nos faz acreditar que somos importantes. As dificuldades, quando compartilhadas, tornam-se menores. De acordo com uma pesquisa publicada em 2015 na revista científica American Geriatrics Society , estar com amigos reduz o risco de depressão.

A amizade é sempre uma fonte de felicidade, ou é comum que tenham altos e baixos nas relações?

Denise: O ser humano é complexo por natureza e toda relação tem seus altos e baixos. Pode acontecer de uma amizade ser estremecida por alguma divergência ou atitude de desagrado. Nesses casos é importante esperar a poeira baixar para reestabelecer contato.

Se a situação for simples de resolver, o certo é aguardar meia hora após a discussão, para os ânimos se acalmarem. Mais do que isso corre-se o risco das pessoas se afastarem carregando consigo uma situação mal resolvida e mágoa no coração. Se for algo que necessite mais tempo para resolver, tudo bem desde que, depois de um tempo, alguém tome a iniciativa de se reaproximar.

Uma dica é pensar em um momento que amizade trouxe alegria e entusiasmo. Adubar a mente com coisas positivas sempre funciona na hora de enfrentar uma conversa difícil.

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Como identificamos uma amizade que não é saudável?

Denise: Sobre amizades toxicas, o cuidado é sempre estar atento as intenções das outras pessoas.
Amizades toxicas são aquelas baseadas em interesse quando o outro só quer levar vantagem na  relação e some quando mais precisamos.

Além disso, outros quesitos como negatividade exacerbada, fofoca, mentiras, devem ser levados em consideração. Uma pessoa que só fala mal das outras, pode muito bem falar mal de você pelas costas. Pessoas negativas costumam minar o nosso dia com notícias trágicas e reclamações ou ficam o tempo todo apontando defeito nas nossas ideias nos fazendo desacreditar de nós mesmos. Quem nos coloca para baixo não é nosso amigo.

Uma coisa é uma pessoa sincera, que faz críticas construtivas, pensando no nosso bem,
no nosso crescimento pessoal, apontado inclusive caminhos saudáveis para resolvermos nossas dificuldades, outra bem diferente é aquele “amigo” invejoso que joga água no nosso castelinho de areia, desmerecendo tudo o que a gente faz. Tem que cortar relação com esse tipo de gente.

Uma relação é sempre uma experiência de troca, certo? O que as pessoas podem fazer para ser um amigo saudável para o próximo?

Denise: Para ter um amigo saudável por perto é preciso se esforçar. Como tudo na vida, o merecimento vem da nossa pro atividade. Na vida adulta é mais difícil fazer amigos e também manter as amizades, portanto, aceite convites para sair, abra sua casa, use as redes sociais e mantenha sempre contato.

De preferência pessoalmente. Nada substitui o olho no olho, o abraço, o contato pessoal. A energia é outra. E é essa energia renovada que impacta na nossa felicidade. Portanto, não adiante só falar pelo WhatsApp , tem que encontrar com os amigos.

Ah! E quando encontrar, deixar o celular de lado e se conectar de verdade com as pessoas.

Doe Sentimentos Positivos

Esse é um projeto de gentileza urbana, criado pela psicóloga mineira Renata Livramento e administrado pelo Rodrigo de Aquino. Está em processo para se transformar em uma ONG.

É um projeto com o intuito de conscientizar as pessoas para a importância de ser gentil, ter empatia, ajudar o próximo. O mundo só muda com o coletivo em ação.

Entre as atividades estão: palestras sobre o tema em escolas e projetos sociais, divulgação do tema com conteúdo nas redes sociais e na mídia, além de uma grande ação que acontece todo ano no Brasil inteiro, sempre no dia 13 de novembro (dia mundial da gentiliza), em que os coordenadores de todos os Estados e seus grupos saem as ruas e distribuem abraços, palavras gentis e corações amarelos (símbolo do projeto) com dizeres sobre gentiliza.

Denize Savi é uma das coordenadoras no Estado de São Paulo. Ela desenvolve palestras, talks e conteúdos nas redes sociais com linguagem leve e descontraída.

Leia mais informações como essa na Mais Saúde

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