Em seu artigo, o Dr. Edson Crema reflete sobre a obesidade

Segundo estudos da Organização Mundial da Saúde há, hoje, mais de 300 milhões de pessoa com obesidade. E as estatísticas vem aumentando, virando uma epidemia global. Suas causas vem sendo muito estudadas e é resultado de diversas interações: genéticas, ambientais, comportamentais.

Sempre está envolvido na questão um aumento na ingestão alimentar e uma redução no gasto energético. E esta relação é quase sempre associada a fatores emocionais e distúrbios hormonais. A obesidade nada mais é que um excesso de tecido adiposo (gordura) no organismo.

Para mulheres este excesso é quando apresentam mais de 30% em massa de gordura e para o homem é de 20%. Um instrumento simples de medida, denominado IMC ou índice de massa corporal, é
calculado dividindo o peso em Kg pela altura em metro da pessoa ao quadrado.
IMC=peso (kg)/ altura ao quadrado.

Nós, clínicos e nutrólogos, sabemos que é uma doença multifatorial extremamente complexa, envolvendo aspectos psicológicos, biológica e sócio cultural. Desta forma, a enfermidade envolve uma abordagem interdisciplinar para que possamos entender e diagnosticar de forma adequada e também tratá-la apropriadamente.

É interessante que desde a Grécia Antiga, Platão já abordava o tema recomendando uma dieta moderada de frutas, legumes, cereal e peixe. Carnes vermelhas podiam ser consumidas desde que em porções pequenas. Ainda alertava que os excessos alimentares eram responsáveis por desconforto digestivo e doenças a longo prazos.

Como vemos, as recomendações alimentares para uma vida saudável e sem excesso de peso já são conhecidas há muito tempo, antes mesmo de Jesus Cristo. Mas naquela época, não havia ansiolíticos e moderadores do apetite muito usados hoje como controladores da fome. E quase sempre necessário nas formas iniciais de tratamento como maneira de educar e saciar os impulsos instintivos voltados para o ato de se alimentar.

Como se alimentar adequadamente

Conseguimos, sem dúvidas, excelentes resultados associando uma dieta saudável, controladores da ansiedade e exercício físico em uma porcentagem alta dos pacientes.
A questão crucial está como manter o psiquismo destes pacientes depois na rotina diária.
Sem dúvida apoio psicológico e reeducação constante dos hábitos devem ser mantidos, até podendo, vez ou outra, sair da dieta como ir numa festa, um aniversário ou em um casamento. Mas no dia seguinte é preciso voltar a dieta no almoço e jantar de poucos carboidratos (um) apenas por refeição e em pequena quantidade, com acompanhamento de carnes, legumes cozidos e saladas principalmente de folhas. Uma fruta de sobremesa.

O café da manhã: uma fruta, torradas, duas ou três, café com leite e adoçante. As torradas tem baixo teor energético.

Uma fruta ao final da tarde.

Um caldo de legumes com músculo ou frango a noite, porque cai bem em regiões de clima frio.

Uma xícara de chá quente, por exemplo de canela, antes de dormir.

Aquelas pessoas que têm o hábito de comer de madrugada, devem receber ansiolítico para reeducar a maneira de dormir. Damos preferência a melatonina que ajuda no sono, evita cânceres, desacelera doenças e ajuda na reeducação dos hábitos alimentares pela ação de bem estar naqueles que a utilizam.

Um suporte vitamínico para manter a imunidade em dia. Principalmente, selênio, zinco, cobre, vitamina C e vitamina D3.

Em dois ou três meses podemos ter excelentes resultados. Mas sempre em dia a reeducação mental.

Um tratamento sério ajuda na autoestima e entenda que o fato de perder peso não seja fácil de adquirir de novo. Reaprender constantemente e definitivamente que como seres humanos não somos somente aquilo que apresentamos, somos também e com maior intensidade aquilo que sentimos, pensamos e a maneira como agimos.

 

Obesidade e saúde mental

Uma terapia de apoio nesta fase vem muito bem. Porque todos temos dificuldades existenciais. Eles não são a causa de nossos problemas, mas somos as consequências deles. E todos, como futuros obesos, e alguns comem com certa voracidade, em relação a vida e em relação a comida, tentamos preencher o espaço interior desta verdadeira cratera emocional e acabamos por preencher internamente este vazio, com ataques de comilança e por também temos a necessidade de sermos amados, vamos aumentando inconscientemente nossa área corporal como tentativa de aumentarmos ainda mais o espaço em que vivemos.

Pessoa obesas podem desenvolver depressão. Mas, com uma boa orientação médica e apoio psicológico podemos mudar o destino de milhares de pessoas que carregam o peso da discriminação social e carregarem, também dentro de si, um corpo que vale muito mais do que pesa.

 

Alimentação e tratamentos para obesidade

A obesidade pode ter cura, bastando controlar o desequilíbrio entre ingestão de alimentos e o consumo energético. Corrigir a tireoide nos casos de hipotireoidismo, pois é uma situação em que o paciente gasta menos energia por baixa produção hormonal. Os níveis de Cortisol elevado também é causa de ganho de peso e tem como dosar na prática clínica. Diabete pode estar ligado a má alimentação e ganho de peso. Depressão e ansiedade pelos hábitos alimentares. Pílulas anticoncepcional por elevação hormonal. Ovários policísticos e a menopausa em si.

Dispomos, hoje como terapêutica a modulação dia níveis hormonais com reposição bioidênticos. Hormônios naturais que podem ser associados ao tratamento de emagrecimento e associado a exercícios físicos como nadar, dançar ou mesmo praticar esporte após avaliação cardiológica.

Priorize subir escadas, andar a pé para o trabalho, limpar a casa. O importante é o movimento. Muitos idosos tem recorrido ao auxiliou de fisioterapeuta. Uma maneira muito saudável de perder calorias, melhorar massa magra, melhorar o equilíbrio, fortalecer a musculatura e ganho de maior prazer com o ato de viver.

 

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