Alimentos ultraprocessados, prontos para comer, escondem perigos por trás do sabor

Esquentar lasanha congelada ou um hambúrguer quando estamos sem tempo, cozinhar uma sopinha de pacote em vez de fazer uma de verdade quando chegamos à noite em casa com aquela fome, tomar suco de caixinha em vez de fazer um natural, comer barrinha de cereal quando bate a fome num dia corrido de trabalho. Não há como negar: alimentos prontos e semiprontos para consumo, chamados de ultraprocessados, vieram para facilitar a nossa vida e economizar nosso tempo na cozinha.

Eles são resultado de uma série de processos industriais como cozimento, fritura, adição de vitaminas e minerais, salgamento, enlatamento e acondicionamento. Até aí, tudo bem, já que essa é uma atividade tradicional na história da humanidade, importante para estocar, embalar e, principalmente, conservar os alimentos. O problema é que muitas pessoas substituem refeições tradicionais baseadas em alimentos de verdade, como arroz, feijão, carne, saladas e frutas, pela conveniência apresentada por alimentos prontos.

Quer alguns exemplos de ultraprocessados? Prepare-se pois a lista é grande: pães, biscoitos, achocolatados, iogurtes, bolos, sorvetes, chocolates, barras de cereal, refrigerantes, pratos pré-preparados, hambúrgueres, sopa e macarrão instantâneos, requeijão, manteiga, enlatados e embutidos como mortadela, salame, presunto, salsicha, entre outros.

Segundo a nutricionista funcional India Mara Bottin, trocar os alimentos tradicionais pela conveniência infelizmente é uma troca perigosa, pois são alimentos pobres em nutrientes, vitaminas e minerais, e ricos em sal, açucares, gordura saturada, e outras substâncias químicas que prolongam sua durabilidade, como conservantes e estabilizantes. “Essas substâncias geram uma inflamação corporal, pois a digestão é mais lenta, a produção hormonal é maior, e o fígado tem um trabalho ainda mais pesado para fazer a total detoxificação corporal”, explica.

Colesterol, pressão alta, hipertensão arterial, diabetes tipo II, enxaquecas e obesidade, de acordo com a nutricionista, são algumas das doenças associadas à alimentação ultraprocessada, quando consumida de forma exagerada e inconsequente.

 

Cuidado com os Fast Foods

Quem não gosta de um fast food, não é mesmo? Difícil resistir a um hambúrguer com maionese, pizza, cachorro quente e sorvetes cheios de açúcar. Por serem alimentos rápidos e sem alto custo tornam-se opções fáceis de muitas pessoas, desde um lanche até a troca da refeição principal por um fast food.

A nutricionista alerta que assim como os alimentos processados, os fast food estão diretamente ligados com o desenvolvimento de doenças crônicas, já que também são preparações pobres em vitaminas, minerais e antioxidantes. “Os fast foods são chamados de calorias vazias, pois são super calóricos e não trazem nenhum benefício para a saúde”, diz.

O hábito de trocar uma refeição por fast food pode causar sérios prejuízos, pois não há nada mais saudável que um prato composto de carboidrato, proteína e uma boa dose de vitaminas e minerais. “A nossa alimentação hoje é a grande base para uma futura vida saudável, por isso repensar as escolhas feitas e optar por alimentos mais naturais com certeza são fatores que trarão benefícios para uma vida com mais qualidade”, aconselha India Mara.

 

Saber decifrar os rótulos é importante

 Avaliar a embalagem de um produto é um modo esperto de saber o que ele contém. Por lei, os rótulos devem mostrar os ingredientes em ordem decrescente de quantidade do que tem mais para o que tem menos. A nutricionista funcional explica a função de cada substância.

Conservantes: os conservantes são substâncias que retardam o crescimento de microrganismos nos alimentos. Sua função é evitar a ação dos microrganismos que agem na deterioração dos alimentos e fazer com que durem por mais tempo sem estragar. “Os conservantes mais comuns são a base de sódio, e acabam tendo efeito direto na retenção líquida corporal”, afirma.

 Corantes: os corantes são substâncias que transmitem aos alimentos novas cores ou exaltam as que eles já possuem, com a finalidade de melhorar o seu aspecto, fazendo com que esses produtos tornem-se mais agradáveis aos olhos dos consumidores, principalmente em alimentos infantis, como doces. “Muitos desses corantes são responsáveis por sérias alergias. Também podem causar a disbiose intestinal”, alerta a nutricionista.

 Estabilizantes: os estabilizantes são substâncias que tornam possível a manutenção de uma dispersão uniforme de duas ou mais substâncias imiscíveis em um alimento. A principal função é manter a homogeneidade dos alimentos.

Flavorizantes: os flavorizantes são substâncias que, adicionadas a um alimento, conferem-lhe um sabor característico. Flavor do inglês, quer dizer sabor e aroma.

 

Por Camila Neumann

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