Descubra se a sua relação com as novas tecnologias anda saudável

A modernidade trouxe consigo novos modos de interação. Seja ele com as notícias, o relacionamento ou até mesmo com o trabalho. Atualmente, é raro encontrar alguém que ao trabalhar não precise dos eletrônicos, que ao se divertir, não faça uso da tecnologia, ou que não recorra da modernidade para matar a saudade de alguém que está longe. Porém, a principal questão é: até onde isto é saudável?

De acordo com a psicóloga Marielly de Moraes, que agora se especializa em saúde mental, o vício é um mecanismo de fuga emocional em que o indivíduo procura fugir da sua dor buscando os mais variados recursos, entre eles, o prazer. “É uma forma de compensação daquilo que falta e que gera sofrimento no indivíduo, ocorrendo através de ações repetitivas. Existem vários tipos de dependências, as quais são prejudiciais em diferentes proporções, devendo também considerar, que os fatores que diferenciam um vício de um hábito comum são os prejuízos que o primeiro causa na vida do indivíduo”, explica.

A obsessão pelas novas tecnologias tomou uma grande proporção, e o que antes costumava ser perigo que morava fora de casa, agora está na tela de nossos computadores e smartphones. “Através de estudos existentes sobre o assunto entende-se que o excesso de tempo dedicado aos aparelhos gera uma série de prejuízos que é tratado como doença e requer tratamento específico. Estudos apontam que vício com eletrônicos pode ser semelhante ao vício causado por drogas e a fixação direcionada a eles já possui nome: Nomofobia”, relata a psicóloga.

 

Quais são os sinais?

Os vícios no geral, deixam rastros, então fique de olho caso você sinta, ou note que pessoas próximas apresentam comportamentos descritos pela psicóloga como:

  • Excesso de tempo em uso do eletrônico;
  • Irritabilidade;
  • Depressão;
  • Relações sociais prejudicadas;
  • A procura por aumentar a satisfação com o aumento do uso dos aparelhos;
  • Quando há uma restrição do uso o indivíduo apresenta instabilidade emocional;
  • Medos;
  • Ansiedade;
  • Estresse e ataques de pânico ao pensar em sair sem os aparelhos;
  • Sintomas de dependência, como náuseas e dores no corpo.

 

“Partindo da observação do indivíduo que negligência atividades do cotidiano para interagir com a plataforma digital e considerando os prejuízos que ele experiência frente a situação de excesso do uso é possível diagnosticar o vício. Porém, é importante destacar que existem os casos de indivíduos que usam constantemente e quando ficam sem o uso não apresentam sintomas físicos e nem emocionais. Nesses casos o uso é por conta das necessidades da vida moderna. São os sinais e sintomas que nos indicarão a dependência, para isso a necessidade de uma avaliação precisa para não cairmos na ideia de que “uso direto eletrônicos, logo sou doente”, salienta a profissional.

Segundo a psicóloga, além da baixa autoestima, distúrbios de humor, depressão, comprometimento social, fobias, irritabilidades ocasionados pelo vício dos eletrônicos, alterações neurológicas também podem ocorrer. “Estudos sobre o assunto apontam que além dos distúrbios emocionais também existem disfunções que envolvem os aspectos neurológicos, o que prejudica diretamente o processo de aprendizagem e memória do indivíduo”, diz.

 

O que fazer?

Antes de tudo, Marielly sugere que um desafio seja feito. Ele é simples, e vai te ajudar a saber se a sua relação com os eletrônicos está de fato maléfica. “Desligue a internet por um dia observe suas reações (emocional e física) diante dessa situação e até onde dependem desta ferramenta, Assim, você pode repensar e reorganizar as condições do uso, compreendendo o real significado dele na sua vida e ficarem atentos à existência de prejuízos”, indica a profissional, salientando que a opinião de um psicólogo ou psiquiatra é sempre necessária.

Uma vez diagnosticado o vício, é necessário o tratamento com profissionais especializados, sempre considerando as necessidades apresentadas pelo indivíduo. “Não falamos de “cura”, mas de tratamento contínuo o qual possibilita melhores condições de vida para o paciente, indicando manutenção contínua da doença para obtenção de benefícios. O papel do psicólogo (a) é fundamental, pois este profissional possibilitará recursos emocionais para o enfrentamento da situação, buscando com isso amenizar o sofrimento e trabalhando novas possibilidades”, conclui a psicóloga.

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