Também chamada de onicocriptose, ocorre quando a borda da unha cresce e entra na pele do dedo, podendo causar dor, vermelhidão e inchaço ao redor da unha

 

A unha encravada, além de ser uma situação incômoda, quando não tratada da maneira adequada, pode trazer algumas complicações.  “A unha encravada quando não passa por uma intervenção logo no início, evolui, ficando tomada pelo processo infeccioso. Ocorre a saída de líquido, presença de pus e formação do granuloma piogênico, uma proliferação de vasos sanguíneos, que é aquela “carninha” que forma na lateral da unha. A dor fica intensa, sangra facilmente e chega a formar crostas escuras sobre a lesão. A extensão sobre a unha vai aumentando à medida que o tempo vai passando”, explica a podóloga Rozelia Pretko.

Diversos fatores podem contribuir para o surgimento disso, entre eles, o corte incorreto das unhas, por exemplo, deixando a unha muito curta ao cortá-la, cortando o “cantinho” ou cortar não respeitando seu formato. O fato da excessiva pressão nos dedos, como o uso prolongado de calçados muito justos, solados retos, calçados rígidos, de bico fino ou salto alto, por exemplo.

Além disso, a predisposição genética também é um fator para o surgimento de unhas encravadas e também outros problemas ortopédicos, “Joanete, dedos em garra, em martelo e alteração postural. Quando ocorre descarga do peso corporal bastante acentuada no antepé (a parte da frente do pé), a unha recebe pressão extra”, ressalta a podóloga.

A unha encravada pode ser a porta de entrada para microrganismos. “Ela pode desencadear uma resposta inflamatória que toma conta do corpo todo, chamada de sepse, uma doença bacteriana grave, que pode comprometer órgãos como bexiga, rins, pulmões, etc. Qualquer pessoa está sujeita a desenvolver essa resposta inflamatória, porém, pessoas idosas, portadoras de doenças crônicas, como doença renal, cardíacas, diabéticas, alcoolistas e usuárias de drogas, formam o grupo de risco”, alerta Rozelia.

Daí a necessidade de dar importância a esse problema, pois ele traz riscos à saúde. É necessário buscar um profissional habilitado para que ele realize a espiculaectomia, que é o procedimento para desencravar a unha. “Muitas vezes, as pessoas tentam resolver sozinhas, o autoatendimento, ou recorrem às profissionais de embelezamento das unhas, que não são habilitadas para executar esse procedimento, razão pela qual os pacientes chegam ao consultório com o quadro clínico agravado, sobretudo os pacientes diabéticos. Se não há a esterilização dos instrumentos, o material torna-se potencial disseminador de doenças como Hepatite C, HIV, micoses, HPV (verruga virótica), entre outras, através da contaminação cruzada. Bem como a falta de EPI (equipamento de proteção individual), usado pelo profissional.”, ressalta.

Portanto, quando a dor da unha encravada começa, não há alívio. O mais recomendado é que se busque o tratamento o mais rápido possível, pois quanto maior o tempo de espera, maior a chance do quadro se agravar. “Desencravar a unha é apenas parte do processo, precisa de acompanhamento e terapias combinadas. Dependendo do quadro clínico, faz-se necessário tratamento com órteses, para a correção da curvatura transversa da unha”, finaliza.

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