Noites mal dormidas ou em claro trazem prejuízos para as funções cerebrais

Uma pesquisa feita pela Michigan State Universitye e publicada pelo jornal Psychological Science dos Estados Unidos, em julho deste ano, apontou que a privação de sono pode causar distorções na memória. O estudo mostrou que as pessoas tendem a confundir memórias após dormir pouco ou não dormir. O estudo, que foi o primeiro a investigar os efeitos da privação do sono na autenticidade das memórias, foi realizado com pessoas que ficaram acordadas por 24 horas ou dormiram por menos de cinco horas no dia, e revelou que esses indivíduos se mostraram mais propensos a criar memórias confusas ou falsas do que os descansados.

 

Valorize o ato de dormir

Dormir bem é fundamental. De acordo com o médico do sono Marcos Antônio Bremm de Oliveira, a quantidade ideal de horas de sono varia de pessoa para pessoa, sendo a média de 8 horas e o mínimo recomendado de 6 horas por dia. “Não é a quantidade de sono que é importante, e sim a qualidade”, ressalta.

Segundo o médico, na estrutura do sono existem estágios que juntos são denominados “arquitetura do sono”. Quando se tem doenças patológicas relacionadas ao sono (como insônia, síndrome das pernas inquietas, apnéia do sono, etc) ou simplesmente privação de sono (não dormir a quantidade ideal de horas) poderão surgir alterações nessa arquitetura.

Essa privação de sono é desencadeada principalmente pela vida moderna, pois, atualmente, inúmeras pessoas sofrem de insônia, dormem pouco ou dormem mal. Além disso, o mundo moderno nos convida a viver em ritmo acelerado. Excesso de trabalho ou de estudo, televisão, internet e baladas noturnas são exemplos de atividades que nos induzem a permanecer acordados por um tempo maior que o recomendado.

Enquanto dormimos, nosso organismo realiza inúmeras funções e esta é a razão pela qual o sono é um elemento fundamental para a manutenção da saúde. “Ele é responsável pelo metabolismo de diversos hormônios como, por exemplo, o metabolismo do colesterol, da insulina, secreção do GH (hormônio do crescimento) e melhora do aprendizado”, acentua Bremm.

Em relação à memória, o médico explica que existem dois estágios importantes da arquitetura do sono: o sono profundo, ou NREM, e o sono REM, que são os sonhos. Quando há privação de sono se interfere no sono REM, que é o fixador de memórias. “Para ter a arquitetura do sono com o sono REM preservado eu preciso dormir de acordo com as horas ideais para o meu organismo. Tudo o que aprendi hoje, todas as informações que eu adquiri, se por eventualidade eu ter um sono ruim ou ter uma privação, tanto patológica quanto adquirida através desses estímulos da vida moderna, minha memória será prejudicada. Eu não vou fixar as informações e isso vai aumentando de tal forma que vai chegar um ponto em que terei vários níveis de esquecimento”, explica.

A existência da Medicina do Sono por si só já é uma prova de que as pessoas precisam atentar para a saúde de seu sono. Como lembra o médico, antigamente não havia preocupações em relação ao sono, pois não havia televisão, internet e nem trabalho em excesso. “As condições socioeconômicas da sociedade hoje exigem que se produza cada vez mais, e por querer produzir mais acabamos invadindo o nosso descansar e desrespeitando o nosso ciclo do sono, que é uma condição fisiológica necessária para a manutenção do nosso organismo”, ressalta.

 

O que é o sono NREM e o sono REM?

O sono é dividido em duas fases: a REM (RapidEyeMovement ou Movimento Rápido dos Olhos) e a NREM (Non RapidEyeMovement ou Movimento Não Rápido dos Olhos).

NREM: é a fase que inicia o sono e compõe 75% do tempo que dormimos. Essa é a fase do sono profundo. É nela que acontece a liberação do hormônio do crescimento e o descanso mental.

REM: vem após a fase NREM, representa 25% do tempo que dormimos e se caracteriza por uma intensa atividade cerebral e movimentos rápidos dos olhos. É aí que a mágica dos sonhos acontecem. Ela é importante para o nosso bem-estar físico e emocional.

Quando a fase REM termina, voltamos à fase NREM e repetimos esse ciclo cerca de 5 vezes por noite. A cada ciclo que passa, a fase NREM fica menor e a REM maior.

Fonte: www.muitointeressante.com.br

 

Por: Camila Neumann

 

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