Num círculo, o amor floresce e a cura em sua totalidade consequentemente acontece

Olhando para natureza, é possível ver que a criação é constituída de círculos, os átomos, as células, os planetas, o sol, tem um formato que lembra o princípio do círculo. Portanto, um ciclo não tem começo, nem fim. De acordo com a terapeuta holística Bruna Thimoteo Freitas, essa é uma das geometrias sagradas e uma das formas de entender como o tempo se manifesta na natureza a partir dos ciclos. “O círculo tem ligação profunda com os ciclos naturais do feminino, é só olhar para a natureza e perceber que dentro das mulheres também vive um pequeno planeta. Antigamente, as mulheres se reuniam em círculos para passar a sabedoria das anciãs para as mais novas e também para doarem seu sangue a terra, nas chamadas tendas vermelhas, em sinal de agradecimento por toda a fartura recebida durante aquele mês e para entrarem em conexão com seus próprios poderes intuitivos e amorosos”.

Nessas sociedades, os círculos eram símbolos de irmandade entre as mulheres e hoje ele também é visto como esse lugar de acolhimento e cura entre irmãs. Foi no final do século XX que o movimento do Sagrado feminino começou a voltar e os círculos foram novamente sendo relembrados e formados. “Hoje, esse movimento pode ser encontrado em quase todos os lugares. Mulheres se reunindo para curar a si mesmas e as outras através de um círculo sem julgamento ou competição, onde nenhuma é maior ou melhor que a outra, num círculo não há hierarquias”, salienta a terapeuta holística.

No movimento, os encontros do Sagrado Feminino são moldados de acordo com o que cada círculo estabelece, pode ser formado por um grupo de amigas, por uma facilitadora em um espaço terapêutico, pelo grupo de colegas de trabalho. “Ele acontece seguindo os estudos e os conhecimentos que as condutoras possuem. No caso do meu trabalho os encontros são momentos de acolhimento, em que nem sempre o círculo é constituído pelas mesmas mulheres. Cada encontro tem um tema específico relacionado à vida das mulheres e cada círculo traz alguma prática, técnica ou manifestação para ser trabalhado esse tema”, explica Bruna.

“Os círculos são lugares para respirar e perceber que não estamos sozinhas”, enfatiza Bruna.

Uma das formas de respeitar a fala de todas as participantes do círculo é a partir do bastão da fala. Só pode falar quem está com o bastão, caso contrário, é necessário esperar a sua vez. “São encontros para ampliar o amor próprio, redescobrir a mulher selvagem, se conectar a intuição e abandonar crenças, traumas, medos que nos censuraram por muito tempo,” salienta Bruna.

“As mulheres não nasceram para serem podadas, amordaçadas, amarradas, censuradas, para serem ‘certas’, as mulheres nasceram para manifestarem seus espíritos livres por onde passarem, para serem sábias com a sua intuição, para construírem ambientes de amor e luz. Para darem vida não apenas a outros seres, mas também a ideias, negócios, danças, cantos”, diz Bruna.

Portanto, a energia criada dentro de um círculo de mulheres é altamente forte e assim como pode curar com amor e sabedoria, pode trazer desconforto e desordem se não for bem equilibrada e gestada. “Nos círculos, recorremos a meditações, cantos, rezas, as artes e a dança para manifestar aquilo que somos quando não estamos sendo vigiadas pelos olhos do machismo e do patriarcado e aos poucos vamos fortalecendo nossa coragem e autoestima para sermos quem somos mesmo no mundo lá fora. Só quem já participou de um círculo sabe o poder de cura que ele tem”, afirma a terapeuta holística.

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