Considerado um período de transição na vida da criança, o tema precisa ser discutido

O retorno às aulas é um momento esperado por toda a família. Para que seja agradável a todos e menos traumático faz-se necessário entender e compreender alguns pontos, e a forma como a família lida com esse momento é um deles. Por exemplo, despedidas ou aproximações, ganhos e perdas, o novo e o velho, essas ambiguidades que fazem parte da nossa vida, para alguns, podem gerar grande ansiedade.

De acordo com a psicóloga Giselle de Mattos Leão Abdanur (CRP 08/09364), ir para a escola começa bem antes do fato em si. “Desde a escolha da mesma, recomenda-se que os pais visitem as escolas e optem por aquela que vai mais ao encontro com suas expectativas e crenças. Uma vez escolhida, a certeza que é o melhor lugar para seu filho estar naquele período deve ser passado para criança com confiança, veracidade nas palavras e já nesse momento inicia-se um grande processo que é a parceria entre escola e família”, afirma Giselle.

Fazer visita antecipada com a criança na escola, mostrar todas as instalações, ou seja, mostrar aonde ela ficará por algumas horas, apresentar a professora, contar sobre os coleguinhas são dicas que podem contribuir para uma melhor adaptação. A psicóloga ressalta que se deve usar palavras de afirmação e encorajamento com a criança. Mas atenção, para uma boa adaptação requer antes de tudo segurança dos pais. Assim a criança se sentirá mais segura e confiante para aceitar o novo local e explorá-lo.

Ainda, Giselle afirma que é importante deixar a criança participar dos processos de mudança e, nesses casos, ela vai adquirindo novas habilidades emocionais que no futuro podem ser de extrema importância. 

Fique atento aos sinais

Os pais devem ficar atentos aos sinais e procurar ajuda especializada para um acompanhamento psicológico. “Quando a criança começa a ter comportamentos em excesso como birras, choro, tristeza profunda, falta de apetite ou querer comer a toda hora, roer unhas, timidez ou hiperatividade, problemas de controle de esfíncter (xixi ou coco). Essa ansiedade pode se manifestar de diversas formas, ou seja, qualquer comportamento que não seja comum na rotina da criança deve ser observado e avaliado”, enfatiza a psicóloga.

“O profissional terapeuta precisa identificar como é a atual organização relacional e comunicativa da família, a função do sintoma individual no equilíbrio da família, a fase do ciclo da vida dos pais e filhos em que ocorre o sintoma da criança (ciclo da vida: que representa um estágio dos vários estágios evolutivos pelos quais um sistema familiar passa; por exemplo, nascimento de um filho, morte de um ente querido ou uma separação. Esses eventos forçam o sistema a se reorganizar e portanto, a evoluir para novas estruturas relacionais. Alinhar as expectativas e avaliar pontos de estresse”, destaca Giselle.

“A relação família x criança x escola x psicólogo é essencial para que um bom trabalho seja feito e os resultados venham de forma mais rápida e segura para a criança”, afirma a psicóloga.

 

Giselle de Mattos Leão Abdanur – (CRP 08/09364)

– Formada na PUC-PR em 2003;

– Especialista em atendimento infantil e familiar, pelo INTERCEF (Instituto de Terapia Centro de Estudos da Família);

– Mestranda em Promoção da Saúde;

– Membra da Associação Brasileira de Terapia Familiar;

– Em novembro de 2019 Giselle esteve na Itália fazendo uma formação e aperfeiçoamento na Accademia di Psicoterapia della Famiglia, com o criador da Teoria Multigeracional, Maurizio Andolfi que veio acrescentar em sua prática profissional.

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