Como diagnosticar e tratar a doença nesta fase?

 

O frágil sistema imunológico das crianças requer o dobro de cuidados. Com uma proteção mais fraca e ainda em formação, os pequenos ficam a mercê de micro-organismos, e outros elementos que antes não estavam acostumados, se tornando alvo fácil das doenças. No caso dos problemas respiratórios, que envolvem as doenças aéreas como a asma, a cautela deve ser ainda maior, pois tais patologias facilitam a entrada de novas complicações.

De acordo com a pneumologista infantil Mariana Saciloto, a asma é uma doença crônica, que tem como fatores contribuintes a genética, histórico familiar e fatores ambientais. Infecções inflamatórias ou vírus, são outros elementos que também podem ocasionar a patologia, desenvolvendo, assim, a asma não alérgica.

Segundo a médica, a inflamação nas vias aéreas que causa a obstrução dos brônquios é de fato mais recorrente durante a infância, por isso, preste atenção caso seu filho sofra com a falta de ar, chio no peito e a tosse inicialmente seca, caracterizada pela inflamação progressiva, que são as principais características da doença. “Algumas crianças apresentam apenas tosse e chio no peito, sem o quadro clínico completo.  Às vezes, a asma pode também se manifestar apenas por tosse, amplamente conhecida como “tosse alérgica””, salienta a profissional.

 

Diagnóstico

De acordo com Dra. Mariana, a principal característica da asma são as crises recorrentes.  Mais do que três crises, com os sintomas citados, e que tenha sido usado brônquio dilatador ou corticoide, ou então, histórico familiar de doença respiratória, características de alergia na pele ou exame de sangue, podem caracterizar a asma.

A profissional explica que no caso das crianças não existem muitos exames disponíveis. “Nos menores, geralmente fazemos a análise de alergias. A partir dos cinco anos temos também o exame chamado espirometria que é o teste de função pulmonar, onde o paciente vai assoprar, e vamos analisar os volumes pulmonares. Nesta verificação, observarmos se existe alguma obstrução brônquica e então realizamos o broncodilatador, se houver resultado, significa que de fato, a criança sofre de asma” descreve.

 

Quais os perigos?

Segundo a especialista de pulmão,  a asma é caracterizada em três níveis: leve, moderada e grave, conforme sua sintomatologia. No caso da leve ou moderada, as crises são mais frequentes e fazem com que o paciente tenha comprometimento em todas as tarefas do dia a dia, por exemplo, as crianças precisarem faltar na escola e outras atividades. “Em alguns casos, a criança tem dificuldade para ganhar peso e até mesmo o crescimento pode ser afetado por conta da doença”, revela.

A médica conta que quando a asma é mais grave, as crises intensas requerem a ida ao hospital para a realização de oxigênio com uso de corticoides, correndo inclusive o risco de internamento por necessidade de aparatos médicos. “A maior preocupação com as crises mais fortes que necessitam de oxigênio, internação e UTI, é a insuficiência respiratória”, diz a pediatra. “Muitas vezes as crianças que tem asma também são vítimas mais comuns de pneumonia, por isso a importância do tratamento”, complementa.

 

Como tratar?

No decorrer das crises, o tratamento mais relevante está na medicação.  A pneumologista explica que como a asma é uma inflamação, é preciso fazer uso do anti-inflamatório associado ao corticoide, de modo que o efeito ocorra da maneira mais rápida e eficaz possível. “Hoje, temos disponível a molécula de corticoide modificada para uso inalatório. Este diferencial possibilita a utilização de quantidades inferiores do medicamento, mas que surtem o mesmo efeito, resultando na menor absorção para o sangue e consequentemente a diminuição expressiva dos efeitos colaterais”, salienta.

Durante as crises, o broncodilatador é usado por meio do espaçador, que aperfeiçoa a ação do medicamento. “Hoje, não usamos mais a inalação, usamos a famosa bombinha, acoplada ao espaçador. Desta maneira, conseguimos fazer uma dose menor, com melhor aproveitamento para o pulmão. O spray com o espaçador é mais eficiente e tira as crianças com mais facilidade da crise, enquanto a inalação só é usada eventualmente na falta de um espaçador, ou no hospital, quando se precisa de oxigênio”, conta. “As vacinas podem ser utilizadas, também, como meio de dessensibilizar o paciente em relação a sua alergia. Elas são aplicadas quinzenalmente e assim como a medicação, apresentam bons resultados”, conclui a pneumologista infantil.

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