Não deixe que os transtornos dessa fase prejudiquem sua vida

A TPM atinge a maioria das mulheres e quando atinge é difícil escapar das oscilações de humor e ataques de irritação. Toda mulher que sofre de TPM sabe quanto essa fase pode afetar a sua vida. Sim, porque quando a mulher entra nesse período, não existe dia, hora, nem local para ter uma crise de choro ou um ataque emocional. E não é manha, não. É fisiológico.

A Síndrome ou Tensão Pré-Menstrual, mais conhecida como TPM, é um conjunto de sintomas que acometem em 90% das mulheres na segunda metade do ciclo menstrual. Neste período, há uma queda no nível dos hormônios sexuais progesterona e estrógeno, e da serotonina, substância que atua sobre o humor, o que acaba interferindo no equilíbrio emocional. Essa síndrome é caracterizada pelo conjunto de sintomas físicos e mentais como cefaléia, aumento da sensibilidade das mamas, alterações de apetite e edema, fadiga crônica, dificuldade de concentração, diminuição da libido, sentir-se triste ou deprimida, alteração do sono, irritabilidade, alteração no funcionamento intestinal, desejos por comida e principalmente doces e chocolate.

De acordo com a psicóloga Tânia da Silva, cada mulher responde de forma individualizada às variações hormonais, e por isso fica difícil identificar o que desencadeia a síndrome em cada uma delas. Porém, é possível destacar três fatores que podem influenciar: fator hereditário, se as mães tiveram ou tem TPM, é bem provável que você o terá. O segundo fator é o ambiente social: se a mulher está num momento tranquilo e satisfatório na sua vida, isso pode influenciar na intensidade dos sintomas, pois se está bem, o hormônio serotonina irá deixar a mulher feliz, alegre e de bem com a vida, e assim consequentemente não haverá uma piora nos sintomas. O terceiro fator é que existem mulheres mais sensíveis a mudanças hormonais e isso implica diretamente no bem estar delas.

Porém, segundo a psicóloga, há também o TDPM (Transtorno Disfórico Pré-Menstrual), que apesar de critérios diagnósticos definidos, na prática, ainda se apresenta muita confusão na hora de diferenciá-lo da TPM.

O Transtorno Disfórico Pré-Menstrual, conforme Tânia, acomete geralmente mulheres entre 25 a 35 anos, cerca de 3 a 9% delas, e é considerado uma condição grave médica. “O TDPM caracteriza-se pela recorrência cíclica de sintomas somáticos, comportamentais e de humor, como ansiedade, instabilidade emocional, sintomas depressivos, irritabilidade, distúrbios do apetite e do sono. Esses sintomas também acontecem na TPM, mas na TDPM são mais severos, pois prejudicam o funcionamento social, profissional, escolar e familiar”, acentua.

De acordo com a psicóloga, em uma mesma mulher, os sintomas não são sempre os mesmos e a intensidade destes pode flutuar a cada ciclo e durar, tipicamente, de cinco a quinze dias. Em geral, podem piorar com a proximidade da menstruação e cessam de forma imediata ou logo a seguir do início do fluxo menstrual. “Importante ressaltar que se os sintomas persistirem pós- menstruação, não é caracterizada como SPM ou TDPM”, diz.

A psicóloga explica que esse é um problema da mulher moderna, que sobrecarregada de atividades e obrigações múltiplas, com alto grau de exigência, podem desencadear um nível de pressão psicoemocional e potencialização dos vários sintomas da TPM.

Conforme a profissional, a psicoterapia pode auxiliar as mulheres a enfrentar e lidar com as disfunções nas esferas sociais, afetivas e profissionais que os sintomas da TPM e TDPM podem ocasionar. Porém, o equilíbrio psicológico da mulher depende do modo como ela encara sua feminilidade desde jovem. “A primeira menstruação significa que a menina adquiriu sua maturidade biológica, que é mulher e está capacitada para ser mãe, se assim o desejar. O conhecimento e a aceitação da menstruação são de fundamental importância para a mulher, pois se trata de um fenômeno que irá acompanhá-la por grande parte de sua vida”, afirma.

Uma das melhores formas de manter a TPM sob controle, segundo a psicóloga, é ter em mente que os mesmos problemas que nos afligem nessa fase, são os mesmos que angustiam em outros momentos da vida. “Por isso é preciso se cuidar e buscar ajuda no aspecto emocional, com a psicoterapia, exercícios físicos, acompanhamento médico e nutricional, pois somos um todo e precisamos buscar saídas para a modificação no nosso estilo de vida”, diz.  “É preciso que a mulher conheça a síndrome e reflita sobre as suas consequências na sua vida, não somente como mulher, mas como mãe, esposa, filha, namorada, estudante e trabalhadora. Pois, compreendendo de que maneira a TPM e TDPM afeta o seu cotidiano, será mais fácil visualizar caminhos para enfrentar as consequências geradas por ela”, aconselha.

Por: Camila Neumann

 

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