Quem já não ouviu falar de alguém que teve um ataque de pânico, às vezes um amigo, um parente, um vizinho ou um colega de trabalho. Quando ouvimos alguém relatar o que lhe aconteceu parece até que a pessoa está exagerando ou que ela é muito “fraca” emocionalmente, e sente demais os sintomas.

            Na verdade só quem teve pânico sabe que é realmente um momento de grande mal estar, o qual parece durar uma eternidade, dando a impressão de que vamos morrer, por isso, procuramos imediatamente um socorro, se possível um hospital, pois a impressão de morte é eminente.

            Não, não é um engano essa sensação, principalmente o primeiro episódio o qual não sabemos o que está acontecendo. Depois disso começa uma peregrinação em busca de solução, procuramos várias especialidades médicas, pois, imaginamos sofrer de alguma doença estritamente física.

            O Transtorno do Pânico é um ataque de ansiedade agudo e grave que começa de forma recorrente e sem aviso prévio. Também não está preso a qualquer situação específica como as fobias, mas a pessoa que sofre do pânico pode fazer uma relação com o local que se encontrava quando teve o primeiro episódio de pânico, como por exemplo: elevador, supermercado, cinema, shopping, banco, dia chuvoso, dia de festa, ônibus, escola, faculdade, vestibular, entre outros; de acordo com os episódios que já teve nestas situações determinadas. Normalmente o primeiro ataque de pânico é imprevisível e espontâneo.

            Apesar de parecer que duram muito tempo, uma eternidade, eles duram em média 15 minutos, terríveis 15 minutos. Cerca de 2% da população já passou por este transtorno e prevalece mais em mulheres do que em homens, numa proporção de 2/1 (duas mulheres por um homem). Acontece mais com adultos jovens, principalmente em períodos de intenso estresse, mas também pode acontecer em crianças com idade escolar. Tem bases genéticas com probabilidades de 15 a 17% da hereditariedade em parentes de primeiro grau que apresentam um quadro de pânico.

            Depois do primeiro ataque de pânico a pessoa desenvolve uma preocupação em estar bem de saúde, preocupação com os sintomas físicos, principalmente à morte por problemas cardíacos ou respiratórios. Os sintomas depressivos costumam estar associados em uma boa parte dos casos.

            De acordo com o DSM-IV o Transtorno do Pânico é uma desordem da ansiedade, caracterizada por ataques de pânico recorrentes e que pelo menos um dos ataques seja seguido de outro com uma das seguintes características: preocupação persistente sobre ter um outro ataque; preocupação com as consequências de um novo ataque; medo de perder o controle; ter um ataque do coração; ficar louco; há uma mudança significativa no comportamento relacionado com ataques.

            Um ataque de pânico caracteriza-se por período discreto de medo e desconforto intenso, no qual quatro ou mais dos seguintes sintomas se desenvolvem abruptamente e alcança um pico dentro de 10 minutos. Os sintomas são: Palpitações, ritmo cardíaco acelerado, sudorese, tremores, sensação de desmaio ou choque, dor no peito ou desconforto, náusea ou mal estar intestinal ou dificuldade de engolir, sensação de tonteira, instabilidade, desmaio, desrealização, despersonalização, medo de perder o controle ou ficar louco, medo de morrer, parestesias, resfriamento ou rubores. Como se refere a Dra. Maria Bauer: “Um ataque do pânico pode acontecer a qualquer momento estressante da vida e passar, mas nos transtornos do pânico, a pessoa passa a desencadear novos episódios de pânico e consequentemente desenvolve o “medo de ter medo” e muda seu comportamento de vida, restringindo seus hábitos comuns a lugares e pessoas onde se sinta protegido”.

            Normalmente as pessoas que sofrem do Transtorno de Pânico possuem algumas características comuns. São pessoas ansiosas, controladoras, exigentes, perfeccionistas, bom caráter, muito corretas e tendem a fazer uma pressão muito grande nas coisas naturais da vida.

            A evolução do Transtorno do Pânico é variável, alguns facilmente se livram dele, outros demoram muito a melhorar, principalmente aquelas pessoas que são mais controladoras e detalhistas tem mais dificuldade de se livrar do mal.

            É possível a melhora total, e nos casos mais difíceis uma melhora enorme, com uso de medicação correta e, principalmente, acompanhado de psicoterapia. Com a psicoterapia a pessoa vai entender que o Transtorno do Pânico vem como um sinal de alerta, para que a pessoa PARE! E perceba que ela está acelerada e provocando com suas atitudes um ciclo vicioso: desproteção, necessidade de alguém protegendo, confirmação da desproteção.

            Já que o alarme disparou, PARE! Refaça sua vida, veja o que o pressiona. Este é o nosso trabalho como psicoterapeuta, buscar com o paciente os novos caminhos….

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