Entenda a diferença entre as duas cirurgias e saiba os cuidados necessários antes de realizá-las

É comum a noção de que abdominoplastia e lipoaspiração tratam-se do mesmo procedimento. Na verdade são cirurgias completamente diferentes e com finalidades diferentes. A abdominoplastia, segundo o cirurgião-plástico Marco Dallegrave, é uma cirurgia realizada para retirar o excesso de pele localizada na parte inferior do abdômen e esticar a pele remanescente. Ela serve para dar contorno ao abdômen, mas não retira a gordura localizada.

Já a lipoaspiração, como explica o cirurgião-plástico, é uma cirurgia para retirar a gordura localizada em diversas partes do corpo com uma cânula. “Nesse procedimento é feito pequenos orifícios para inserir a cânula e retirar o excesso de gordura. A lipoaspiração é indicada para quem tem gordura localizada e não tem flacidez de pele, pois não é retirado o excesso de pele”, ressalta o médico.

Com o advento da lipoaspiração, hoje a união das duas técnicas – abdominoplastia e lipoaspiração – é bem comum, procedimento denominado de lipoabdominoplastia. “Na lipoabdominoplastia, primeiro é feito a lipoaspiração para retirar a gordura do abdômen e dos flancos (laterais do abdômen), logo depois, na mesma cirurgia, é realizado a abdominoplastia para retirar o excesso de pele e correção da estrutura muscular, que é estendida com o ganho de peso ou com gestação”, explica Dallegrave.

Antes de realizar a cirurgia, uma das informações cruciais que o paciente precisa saber é se o seu médico cirurgião-plástico é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). E isso é fácil, basta entrar no site da SBCP -www.cirurgiaplastica.org.br – na página principal terá a seguinte frase “encontre o seu cirurgião”, nesse espaço você digita o nome do seu cirurgião-plástico ou o estado que vai realizar o procedimento, nesse aparecerá todos os médicos cadastrados do estado.

Outra dica importante, de acordo com o cirurgião-plástico, é procurar indicações e referências de pacientes que já fizeram cirurgias com o médico em questão. As consultas também devem ser um canal aberto para esclarecer todas as dúvidas sobre o procedimento, os cuidados antes e no pós-operatório.

Um dos pré-requisitos fundamentais para realizar a cirurgia de lipoabdominoplastia é o paciente estar com um peso adequado. “Ele não pode estar com sobrepeso, eu não vou emagrecer o paciente na lipoaspiração. Na cirurgia eu posso retirar de 5 a 7% de gordura do peso do paciente, e eu procuro sempre trabalhar na margem mais baixa para evitar riscos cirúrgicos. Um exemplo, se o paciente está 10kg acima do peso, eu peço para ele emagrecer 5kg para que eu consiga trabalhar com essa margem de 5%. O paciente pode ter gordura localizada e flacidez, ele só não pode estar com sobrepeso ou obeso no dia da cirurgia”, afirma.

Alimentação, atividade física, se é fumante ou não, se ingere bastante água durante o dia, tudo isso interfere no resultado final do procedimento. “A mudança de hábitos não deve começar somente após a cirurgia, deve iniciar antes, porque depois se torna difícil manter esse novo estilo de vida. Quando o paciente busca realizar uma cirurgia plástica é porque está descontente com algo em seu corpo, e isso ocorreu porque em algum momento ele se descuidou, então, agora é o momento de voltar a se cuidar para que a cirurgia em si seja uma contemplação dessa mudança de atitude”, aconselha o cirurgião-plástico.

Segundo Dallegrave, o cirurgião-plástico precisa ter responsabilidade no exercício de sua profissão, e isso inclui fazer a cirurgia só se realmente houver indicação. Além disso, o paciente precisa estar preparado fisicamente e psicologicamente. “Se o paciente não estiver psicologicamente preparado, vai achar que a cirurgia irá resolver todos os problemas que ocasionaram este descontentamento, e não é verdade. Você pode fazer a melhor cirurgia, mas se não houver conscientização do paciente, ele vai voltar a engordar e vai ter novamente gorduras abdominais e flacidez, por isso é necessário muita cautela na hora de indicar o paciente para o procedimento”, salienta o médico.

A contribuição do paciente é essencial também no pós-operatório. “Eu costumo dizer que 50% do sucesso da cirurgia depende do pós-operatório. O paciente precisa obedecer o repouso, que é no mínimo de 15 a 21 dias, porque tem uma cicatriz grande na região pubiana, e deve ficar encurvado. Quando o paciente não segue as recomendações solicitadas pelo médico pode inchar no local, abrir pontos, vazar líquido, entre outras complicações”, enfatiza Dallegrave. Ele ainda recomenda, após a cirurgia, fazer drenagem linfática para não acumular líquido e usar cinta elástica por 60 dias. Seguindo esses cuidados, o paciente já percebe o resultado no primeiro mês. Contudo, o resultado final é conferido após 3 meses da cirurgia, período que leva para desinchar completamente.

Por Kerlin S. Zimmer

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