A pele é um dor órgãos mais vulneráveis às emoções e sinaliza quando elas fogem do controle

Por mais que se cuide da pele, usando diariamente cosméticos adequados, e fazendo tratamentos estéticos para melhorar a aparência e prevenir o envelhecimento, nem sempre esses esforços impedem o ataque do estresse. Isso porque a pele reage progressivamente aos hormônios do sistema nervoso central, como a adrenalina e o cortisol, cuja produção aumenta em situações de tensão ou ansiedade. Em excesso, eles prejudicam o sistema imunológico e aumentam a produção das glândulas sebáceas, duas consequências fortes para impulsionar o surgimento de problemas dermatológicos, dos mais simples, como dermatites, até mais graves, como vitiligo e psoríase.

A pele tem relação estreita com a nossa mente e reflete muito do que se passa em nosso interior, pois é altamente sensível às nossas emoções.  Entenda por que nossa pele grita quando há um descontrole emocional e descubra como evitar alguns desses problemas que podem acontecer.

 

Vitiligo

Distúrbio em que ocorre perda de melanócitos, células que produzem a melanina, pigmento que dá cor à pele. Surgem manchas lisas e esbranquiçadas.

Causa: Predisposição genética. O próprio sistema de defesa entra em curto e produz anticorpos que destroem essas células.

Emoções: Fatores como a tristeza por perdas (morte ou separação) podem desencadear ou piorar as manifestações da doença.

Tratamento: Para estimular a pigmentação, laser e cremes (sensíveis à luz, com ação oposta à do protetor solar) combinados à radiação ultravioleta, corticoides e transplante de pele.

 

Acne

Doença inflamatória em que as glândulas sebáceas produzem muito óleo, a ponto de fechar os poros, facilitando o ataque de bactérias. Comparada à acne típica da adolescência, a da mulher adulta provoca espinhas mais inflamadas, doloridas e profundas, sobretudo no queixo, na região da mandíbula e no pescoço.

Causas: Hereditariedade, mudança hormonal, calor, cosmético oleoso. Comum entre nós, a acne afeta 56,4% da população.

Emoções: O stress promove uma descarga de cortisol, que estimula a síntese do hormônio masculino e faz a glândula sebácea trabalhar mais.

Tratamento: Conforme o grau, inclui esfoliante, antibiótico, isotretinoína, anticoncepcional, luz pulsada, luz azul e laser fracionado.

 

Alopecia areata

Desordem que produz queda de cabelo súbita, deixando falhas em áreas arredondadas do couro cabeludo.

Causa: Tendência hereditária. É mais comum entre os 20 e os 50 anos, sendo que 70% dos doentes têm o primeiro episódio antes dos 25. Pode ser passageira ou persistente.

Emoções: Um trauma pode dar início à produção de anticorpos contra o folículo piloso. O stress também é desencadeador.

Tratamento: Corticoides no local das falhas, além de xampus, loções, minoxidil tópico ou oral, luz infravermelha ou ultravioleta e, em casos mais resistentes, transplante capilar.

 

Psoríase

Inflamação crônica caracterizada por lesões avermelhadas recobertas por escamas esbranquiçadas. Aparecem nos cotovelos, joelhos, no couro cabeludo e nas unhas ou espalhadas pelo corpo. Às vezes ataca as articulações. Dos cerca de 5 milhões de brasileiros atingidos pela psoríase, um quarto enfrenta estágios de moderado a grave, com impacto na qualidade de vida.

Causas: A genética tem papel importante. Irritações na pele e a baixa umidade do ar podem ocasionar e complicar as crises, que se instalam quando o ritmo de renovação da pele se acelera devido a alterações nas defesas locais.

Emoções: Pessoas tensas e perfeccionistas são mais sujeitas a desenvolver a doença, desencadeada muitas vezes pelo stress.

Tratamento: Evoluiu com o surgimento de agentes biológicos, que controlam a resposta imunológica. Eles são indicados em casos graves ou quando os remédios convencionais (metotrexato e ciclosporina) não surtem os efeitos esperados. O mais novo, o ustekinumab, administrado a cada 12 dias por via injetável, pode ser utilizado por longos períodos porque provoca menos náuseas e danos ao fígado. Em casos mais leves, a simples exposição à luz s olar diminui o ritmo de renovação das células da pele.

 

Dermatite atópica

Erupções e crostas na face, no couro cabeludo, nas mãos, nos pés, nos braços e nas pernas provocadas por inflamação crônica. A coceira é tão intensa que há risco de a pessoa se ferir e infectar as lesões. Mais comum em portadores de asma e de rinite alérgica.

Causa: Todos os estudos apontam para a genética. Banho quente e atrito da toalha podem ressecar a pele e provocar lesões.

Emoções: O stress agrava o problema: surgem novas feridas e mais coceira. A dermatite atinge mais de 3,5 milhões de brasileiros.

Tratamento: Cremes ou pomadas à base de cor ticoides; anti-histamínico oral contra coceira; antibióticos orais se houver infecção; exposição à luz ultravioleta combinada com doses orais de psoraleno; imunomoduladores de uso local.

 

Dermatite seborreica

Inflamação da pele que produz vermelhidão, coceira e descamação nas áreas de maior concentração de glândulas sebáceas no corpo: em torno do nariz, nas sobrancelhas, atrás da orelha, na face e no peito. No couro cabeludo, pode acarretar a incômoda caspa.

Causas: As causas concretas ainda não são esclarecidas. Além de maior produção de óleo, suspeita-se do fungo Pityrosporum ovale. Clima seco e alterações hormonais pioram os surtos.

Emoções: Stress elevado deflagra os episódios. Essa dermatite atinge 18% da população mundial, a maioria entre 18 e 45 anos.

Tratamento: Xampus à base de enxofre, piritionato de zinco e cetoconazol, loções capilares com ácido salicílico, resorcina, ureia e cetoconazol, com ou sem hidrocortisona, além de prescrição de anti-inflamatórios e antifúngicos via oral.

 

 

Adaptado de: http://mdemulher.abril.com.br/saude/reportagem/prevencao-trata/como-tratar-6-doencas-pele-fundo-emocional-778249.shtml

 

Por Camila Neumann

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