Entra ano, sai ano, e as indesejadas doenças respiratórias continuam tirando o nosso sossego. Saiba como cuidar da saúde nessa época do ano e evitar o problema

Mesmo antes de o inverno dar as caras, já começamos a sentir os efeitos da queda de temperatura. Naturalmente, fechamos as janelas da casa, do carro e do ônibus, e, sem perceber, deixamos o caminho livre para a aglomeração de ácaros e fungos e a proliferação de vírus e bactérias, e assim neste período entre junho e setembro, os problemas respiratórios proliferam.

De acordo com o farmacêutico especialista em virologia Emerson Carraro, é no inverno que encontramos as condições ambientais favoráveis para a disseminação e persistência destes vírus, pois há uma aglomeração maior de pessoas em ambientes fechados (com menor ventilação) devido ao frio. Esta temperatura mais baixa e a maior umidade relativa do ar também permitem que os vírus respiratórios permaneçam ativos e capazes de causarem infecções por maiores períodos de tempo. “Assim, tanto o contato direto com as secreções respiratórias da pessoa infectada (através do ar em ambientes fechados) quanto o contato com objetos contaminados com estas secreções (mãos, maçanetas de porta, etc) podem transmitir estes vírus”, completa o especialista.

Conforme Emerson, as infecções virais são as responsáveis diretas pelo aumento no número de atendimentos de saúde durante o inverno, tanto em consultórios médicos quanto em hospitais. Ainda, estas infecções virais podem ter como consequência a complicação de problemas de saúde pré-existentes que são frequentes na população geral, como as doenças crônicas cardíacas, pulmonares e metabólicas.

De acordo com o especialista em virologia, os principais vírus respiratórios incluem:

Vírus Influenza: é o causador de gripe em adultos, crianças de menor idade e idosos, sendo o principal responsável por complicações nestas populações que resultam em internamento hospitalar por pneumonia e que podem resultar no óbito do paciente;

Vírus Sincicial Respiratório: é o principal agente de infecções respiratórias em crianças jovens (abaixo de 5 anos) e tem como complicação a bronquiolite (principalmente crianças abaixo de 2 anos de idade) que pode levar o bebê a internação hospitalar por dificuldades respiratórias;

Rinovírus: é o vírus mais frequente em todas as faixas etárias, causando o resfriado comum e sendo incomum as complicações em decorrência de sua infecção.

Conforme o farmacêutico, os sintomas desses diferentes vírus são os mesmos, e o tratamento pode ser direcionado somente contra os sintomas apresentados, que geralmente incluem dor de cabeça, dor de garganta, dor muscular, obstrução nasal e febre. Contudo, segundo Emerson, este tratamento não deve ser realizado sem o acompanhamento de um profissional de saúde capacitado, pois aqueles pacientes que constituem os grupos de risco podem apresentar as complicações graves mencionadas anteriormente (em cada grupo de vírus). “Somente o médico pode receitar o medicamento específico contra o vírus influenza ou antibióticos para prevenção de infecções bacterianas”, aconselha.

De um modo geral, a prevenção dessas doenças requer cuidados simples e diários. Segundo o especialista em virologia, para a população geral, a principal forma de se proteger destas doenças inclui a chamada boa higiene respiratória, com hábitos como a lavagem das mãos, conter o espirro elevando a mão à frente da boca e o uso de antissépticos como o álcool gel (tanto nas mãos quanto em superfícies contaminadas).

Há também estratégias específicas para proteção contra os principais vírus descritos acima. O profissional lista a do vírus influenza: Contra esse vírus, a principal estratégia de proteção é a vacinação, geralmente realizada antes do inverno para garantir a proteção máxima nos meses de maior transmissão do vírus. Neste período pré-inverno a vacina é disponibilizada para grupos específicos de pacientes na rede pública de saúde, já nos demais períodos e para os demais públicos fica disponível em clínicas particulares de vacinação.

Por: Camila Neumann

 

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